segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O Furacão!

Compartilhar os sentimentos e as experiências é a missão deste blog, e não posso deixar de comentar sobre o filme Hurricane – O Furacão, de 1999, com o excelente Denzel Washington no papel principal, que assisti ontem na HBO. Já havia assistido anteriormente, mas sempre que refazemos um mesmo percurso temos a oportunidade de melhor apreciarmos, nos aprofundarmos, percebermos detalhes e extrairmos o júbilo da experiência.

Na história, verídica, da década de 60, Rubin Carter é um lutador de boxe que ascende rapidamente na carreira, mas seu passado é bastante crítico, sendo então, injustamente, acusado de um triplo homicídio. Cumpre quase vinte anos em uma prisão estadual. Durante o período em que está sob a custódia do estado, por diversas vezes tenta a liberdade. Vários ativistas e artistas da época tentaram intervir nos julgamentos, mas foram ineficazes, entre eles Bob Dylan, que fez um protesto em forma de canção – Hurricane (http://www.youtube.com/watch?v=26YnlOwUq-Y). Em meio às reflexões profundas sobre o sistema, sobre a vida e sobre a sua própria pessoa, corre o drama, e foi aí que me encantei, nos detalhes...

Um dos termos que Hurricane utiliza, é de se designar “o senhor do tempo” e a partir daí isolar-se do mundo exterior e voltar-se para si mesmo, por acreditar que não deveria fazer parte de um injusto sistema. Uma fuga para dentro de si, para amenizar a tamanha revolta e dor, a vulnerabilidade e a frustração. Associei a Goethe, em sua obra “Os Sofrimentos do Jovem Werther”, que li recentemente, onde diz “Meto-me dentro de mim mesmo e acho aí um mundo!”. Fantástico!!!
Pode-se perceber no filme, além dos preconceitos e da injustiça, os valores, a solidariedade, o amor, o afeto, o sonho - situações cotidianas, que estamos acostumados a presenciar e participar e que se estivermos dispostos a refletir sobre elas, podem fortalecer as nossas atitudes. Ainda, associando à vida real, as inconstâncias, as frustrações, a persistência, as amizades e a vitória. Se conseguir dissociar do americanismo do cinema, torna-se muito proveitoso.

Penso que todos nós seguimos uma jornada e não existimos para o fracasso. Também, que as derrotas são um trampolim para conquistas ainda maiores.

Recomendo o filme, mesmo tendo contado um pouco da sua essência, e a reflexão!
(Postado no Colarinho, na sensibilidade e na moderidade do Bar)

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