quinta-feira, 31 de maio de 2012

A Letra - Casa Pré-fabricada


Casa Pré-fabricada
(Marcelo Camelo / Zé Pereira)

Abre os teus armários
Eu estou a te esperar
para ver deitar o sol
sob os teus braços castos
Cobre a culpa vã
até amanhã eu vou ficar
e fazer do teu sorriso um abrigo

Canta que é no canto que eu vou chegar
Canta o teu encanto que é pra me encantar
Canta para mim
qualquer coisa assim sobre você
Que explique a minha paz
Tristeza nunca mais


Vale o meu pranto
que esse canto em solidão
Nessa espera o mundo gira em linhas tortas
Abre essa janela
primavera quer entrar
pra fazer da nossa voz uma só nota.


Canto que é de canto que eu vou chegar
Canto e toco um canto que é pra te encantar
Canto para mim qualquer coisa assim sobre você
que explique a minha paz
Tristeza nunca mais...


Los Hermanos 
Maria Rita
Roberta Sá

terça-feira, 29 de maio de 2012

Repositório

Nosso coração guarda toda a poesia que o nosso cérebro não compreende, ou faz questão de não decifrar!

O Amor em Areias Movediças


Todos somos escravos dos próprios sentimentos, a girar, cada qual, o seu caleidoscópio de emoções. Um emaranhado de sensações que faz com que nosso peito vibre intensamente a cada instante, a cada momento e nos direcione para a felicidade. Lembranças, sonhos e expectativas, realizações, adereços de vida, escolhas que guardamos com todo o cuidado nas prateleiras da alma, para que ao sacudirmos a poeira, possamos resgatar as licitudes dos bons, descartando as suas malevolências.

                           Ainda assim, protegemos nossos defeitos, pois aquela redoma que nos envolve, é a mesma que aos outros ilude, para que pareçamos íntegros aos olhares da hipocrisia social. Assim, nos é permitido enganar, mentir e até se vender, para conservarmos aquela imagem de bom samaritano, de confiável e coerente, ou mesmo para tirarmos proveitos, enquanto tapamos o ralo que nos envergonha, pela nossa incapacidade da plenitude.

                        “A tua piscina está cheia de ratos, tuas idéias não correspondem aos fatos”, mas o tempo não pára, e sempre existirá alguém disposto a pagar o preço da ignorância na direção contrária do seu próprio bem comum, mesmo que enganado. Maquia-se de tudo, então, e vendem-se ilusões, para então colher, na calma, alegrias, em areias movediças. No contraditório, basta colocar a cabeça no travesseiro a tentar dormir tranqüilo, acreditando na certeza de que para existir o bem, é preciso o mal.

Namastê!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Tempestade


As manhãs têm sido difíceis, assim como as horas em meu relógio enferrujado, que custam a passar. Em silêncio, o farfalhar dos desejos a instigar a felicidade em claves de chuva. Um meio sem jeito de conduzir o vôo alado dos cavalos que tanto me inquietam e a vontade de nada, a estimular as conexões orbitais dos meus sentimentos. Não há menino dourado, não há menino, não há nada..., somente o negro das noites sombrias que me habitaram a alma. Há um eclipse em meu coração.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Fragmentos de Vida


Quantos fragmentos de vida guardamos em pequenos compartimentos da alma, e quanto deixamos? É como se em nossa seleção, separássemos aquilo que queremos bem conservar e aquilo que descartamos, mesmo que inconscientemente, fruto de vivências boas ou nem tão interessantes assim. Lixo do nosso lixo, dores de amores, perdas e ranhuras da vida - momentos que queremos esquecer, ou boas lembranças, que por alguma razão desejamos que a cada instante novamente nos invadam.

                São avassaladores os puros sentimentos, que mal conseguimos explicar o porquê desse turbilhão que nos move às realizações mais loucas e improváveis, mesmo com uma mente sã. As ações e reações, as palavras jogadas, e as construções dos labirintos que nos provocam a encontrarmos saídas para tudo aquilo que nos convém. Incapacidades superadas na realeza do nosso pulsar, no contraditório do impossível. Conexões e energias canalizadas para o nosso bem estar, mesmo que nem tão bem o sejam.

                Por mais que nos julguemos no controle, não há controle, diante da química que nos movimenta. Resta-nos guardar ou deixar, como mencionei no início, e é lá onde cultivamos o medo e a ousadia, fruto das vibrações e frustrações, sempre bem alimentadas pelo furor dos nossos desejos, pelas conveniências da sociedade, e pela aprovação daquilo que realizamos. Como se nos aplaudirmos ou nos recriminarmos não fosse o suficiente...

                E a felicidade? Ahhh essa tal felicidade..., pode ser conseqüência ou a razão dos nossos atos!!!


Namastê!!

sábado, 19 de maio de 2012

Adoro Você!


Ainda que duvide das tuas verdades, é no teu sorriso que repousa o meu encanto. O acaso tem me mostrado que o seu encontro não é somente luz, farelos de estrelas ou pétalas de rosas a indicar os meus tortuosos caminhos, mas afeto, e amorosidade. Aprendemos sobre o desapego e também admiração, sobre relações, ganhos e perdas, axiomas do viver. Ainda, que existem pessoas que de tão grandes que são, não cabem em seus próprios corações e transbordam aos corações dos outros as suas alegrias.

Lembrar de ti me fascina, assim como ouvir as suas amenidades. Ver-te então, faz com que minhas pernas estremeçam e meu coração acelere, e que todos os meus músculos da face se movimentem na mais perfeita harmonia, somente para retribuir o teu sorriso. Ahhh..., ponteiros da vida que não nos permitem voltar no tempo, pois hoje entendo as suas fragilidades e esse vulcão que te impulsiona, mas não seria justo voltar, pois a vida deve seguir o seu rumo, e assim estava escrito!!!

Fazer anagramas com o seu nome é uma diversão, assim como olhar a lua cheia do banco de praça, a desvendar que o seu lado escuro não é tão escuro assim. Que se deve cumprimentar os animais da casa quando se é visita, e compreender que um dia eles também irão nos amar; que vinhos são feitos para saborear noites encantadoras e que pileques valem a pena, quando bem acompanhados; que pode-se jogar qualquer coisa em uma panela cujo resultado deve ser abençoado; e que cada lágrima que derramamos tem um valor imenso, pois por trás, nos traz sempre uma história, alegre ou triste...

Por fim, que pessoas vêm e vão, e que na estação do nosso coração, os braços estão sempre abertos a palpitar e acolher quem de bem vier, partir ou voltar, pois distante e breve é essa nossa viagem. Que  saudades são boas lembranças contidas, e que devemos agradecer sempre às pessoas que nos envolvem, pois o reencontro com essas pessoas queridas não só nos faz pulsar, mas nos dá a certeza e a felicidade de que seguimos nos mesmos caminhos. Que maturidade é uma grande bobagem que inventamos para ocultar os nossos conflitos, que de amor se constrói as duradouras relações e que lealdade e fidelidade são valores essenciais nas grandes amizades, para que estas se perpetuem e sejam admiradas não só pelos outros, mas por nós mesmos.

Admiro e adoro você, muito!!!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Corações Alados


                São somente os corações alados que se atiram nos abismos da paixão, em vôos cegos a dilapidarem expectativas. Sentimentos nus, no vibrar dos dias intensos. É quando a solidão deixa de fazer sentido, e o ardor das asas, a flipar brisas suaves, acariciam rostos sedentos. 
                       Deixar morrer a dor é nobre, mesmo que ao acaso das intenções. É como sepultar aquilo de mais glorioso que cultivávamos e extirparmos da ferida toda mácula, por mais que ela ainda sangre. Há que se ter coragem para deixar, ousadia para voar e muito amor para entregar.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Mercadores da Infelicidade


 É comum de se dizer nos dias de hoje, que algo não tem preço, ou mesmo que as facilidades para se conseguir algo são tantas, que aquilo se torna com muito pouco, ou quase, sem valor. Ou ainda, que tudo aquilo que você possui pode não mais lhe pertencer, pois estão em uma vitrine, para a cobiça de tantos. Uma dicotomia de entendimentos que se perpetua naquilo tudo que permitimos ou que julgamos entender.

Vivemos em um momento de difícil mensuração das coisas da vida, pois tudo aquilo que a nós tem um significado valoroso, aos outros talvez não, ou seja, pouco provável. A vida moderna nos encaminhou a precificar tudo, inclusive as nossas atitudes, palavras, amizades e intenções. Criamos então, um grande mercado com todas as suas benesses e vícios, e por onde circulamos, vamos despertando os desejos de alguém, sobre algo que nos pertença, e vice-versa.

Dessa forma, tudo se tornou comercializável, inclusive aquilo que nos determina. Do sorriso ao corpo, do prazer às alegrias, dos desejos aos valores, das relações ao amor. O marketing nos ensinou a maquiarmos os nossos sentimentos e embelezarmos a nossa alma, para então iludirmos outras pessoas. Aprendemos a fingir e enganar sem remorsos, a mentir sem culpas e a roubar felicidade. A suportar a dor e a crueldade da antirelação, simplesmente para participarmos de grupos ou comunidades. Viramos mestres em nos boicotar.

Enquanto a chama do “ter” nos invade, guardamos em gavetas escuras o nosso “ser”, para que o resgatemos sempre que insuportável for nos olharmos no espelho. Essa é a nova ordem, da qual todos, inescrupulosamente, aceitamos as regras. Como produtos, envelhecemos, e endurecemos os nossos corações, sempre na esperança de que alguém não perceba a nossa rigidez de emoções e nos aceite.

Namastê!   

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Expectativas


Quando a gente gosta e quer alguém, a vontade é de estar perto daquela pessoa, sempre que possível. Mas quando a nossa vontade de estar perto daquela pessoa, é bem distante da vontade dela de estar perto da gente, significa que ainda não caminhamos na mesma direção, e que talvez nunca venhamos a caminhar juntos, pois as nossas estradas não são as mesmas...

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Passam os dias

Como não querer-te, se em mim habitas? Pele da minha pele, cheiro do meu cheiro, alegria dos meus dias, dor da minha dor, amor, intenso amor. Cansei de acordar ao longe, a lembrar-me de ti, desperta em meu peito vibrante. Cansei de chamar-te, em vão, a desejar o teu corpo nu a cortejar-me. Deixei de pensar no cio, e no ócio do gozo, na licitude do querer e na paz do teu abraço.

Hoje, tudo é loucura, e na ignorância das insanas madrugadas, acolher afetos, vomitar frases prontas colhidas do escárnio de qualquer sentimento vazio. Alçar às vertigens do álcool, da droga, da vida, da inquietude do desejo. No alto da paixão, dilapidar frases ao juntar letras e depreciar palavras. Tudo é válido, pois nada é real, são projeções distorcidas do viver. Ilusões, sonhos, e vôos no escuro. Ao acordar, nada...: nem lembranças, nem histórias, nem reflexões, nada... Um novo despertar obtuso, desnudo da sincroninidade das vontades, distante do bem querer.