quinta-feira, 22 de julho de 2010

Chuva de Cores

quando chove na roseira
chuva intensa que molha
as rosas se despetalam
faz chover cores na terra

cores que às vezes faz falta
mas que quase sempre exalta
que quando surpreende assalta
o coração desavisado

por isso choro na roseira
e faço cair cores no chão
que logo colho e espalho
pra surpreender seu coração

coração que bem-me-quer
mas que bate longe do meu
num descompasso cruel
com jeito de mal-me-quer

coração amargurado
pelas asperezas da vida
a repetir um passado
que mal deve ser lembrado

por isso cato no chão
as rosas despetaladas
com elas faço chover
pétalas em seu portão

espero pacientemente
para quem sabe um dia
com a mais bela poesia
lhe tirar dessa ilusão

para que todo esse afeto
em motivo de paixão
consiga enfim aquecer
seu descrente coração

mulher que tanto me encanta
que canto em versos e prosas
a quem escolhi dedicar
não as pétalas mas as rosas

Um comentário:

Ana Paula Dacota disse...

Gostei muito desta poesia, abençoado é esse dom, a sensilibidade, que nos permite transformar em arte até estados tristes ou saudosos da alma! Bjs!