quinta-feira, 15 de julho de 2010

A ternura de ser mulher!


Nas diversas facetas da paixão, há um puro lapidar do amor, edificado em bases sólidas,  em encantos e  desejos, a desabrochar sentimentos castos e virginais. Ao entregar-se ao amor, amortecida pelo receio e ensandecida de excitação, lançou sobre si mesma uma nuvem de felicidades e aguçou no íntimo, sua alma iluminada. Decidiu-se então, encharcou-se de malícias, sem maldades, e entregou-se.

Não havia como suportar, ou refutar, já que a dor poderia ser ainda maior. Mas não era a dor que importava, e sim o desejo. Se fraquejasse, poderiam emergir decepções e frustrações, mas mesmo assim não se sentia pressionada, pois sabia que era o momento. Toda mulher sabe quando é o seu momento, pois é único, e aquele era o momento dela. Não havia dúvidas, por mais vacilante e cruel que um engano pudesse ocorrer, e as suas consequências, estava pronta.

Os lábios trêmulos, em beijos ardentes. A volúpia de estar ali, prestes a emergir no pecado, pois sempre fora induzida a esperar. Os abraços intensos e o estímulo fugaz. Os corpos nus e tão próximos. O sussurrar das palavras e os gemidos. Os primeiros carinhos transbordos de emoção e o lacrimejar de alegria e medo. Tão obscura fora a sua vida, repleta de momices, e tão dissimulada. Chegara à hora de ser mulher.

Diferentemente de muitas mulheres que conhecia, ou que ouvira falar, escolheu o seu par, e era o seu grande amor. Por mais que aquele amor não durasse para sempre, e ela sabia que isso poderia acontecer, tinha a certeza que ele era a pessoa certa. Era para ele que decidira se entregar. Com ele, traçou planos, e fez eclodir as suas fantasias. Com ele sentiu-se ansiosa, e depois segura. Em nenhum momento desejou outra pessoa. Sabia muito bem diferenciar sonhos da realidade, e assim percebeu que tinha amadurecido.

Por mais marcantes que tenham sido os momentos e detalhes, as pessoas, os lugares, nada lhe extasiava mais do que saber que tinha crescido e que a sua experiência fora única, e exclusivamente sua. Que o desconforto fora selado pelo carinho e pelo gozo, e que ali se tornara mulher, desabrochara. Não havia o que contar, ou comemorar, mas guardar para si o seu momento, como um cristal único, precioso, a levar consigo pelo resto da sua vida. 

Transformou-se então, dividiu toda a ternura, doçura  e encanto de ser mulher. 

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