terça-feira, 21 de julho de 2009

Viva a morte!

Ontem mais uma vez morri! Morri bem próximo aos meus amigos, em um balcão de bar..., eles mal perceberam, mas foi uma morte muito dolorida! Por infinitos segundos senti a vida ir se esvaindo e a minha alma incômoda e cansada desprender-se. Tive a sensação de que os planos se fundiram e pude ver claramente parte de mim se libertando. Não sei bem como essas coisas ocorrem e tampouco busco explicações, as quais certamente existem e simplificariam minhas incansáveis experiências, como essa. Sei que comigo são freqüentes e a única certeza que tive é de estar vivo, pois é o básico para se morrer.

Nesta reflexão, não simplifico a morte como o inevitável a todo ser vivo, mas sim no quanto matamos e morremos incessantemente durante toda a nossa vida corpórea. A grande diferença entre as pessoas está no fato de que os processos acontecem com maior ou menor freqüência, com maior ou menor intensidade, com maiores ou menores conseqüências, com um maior ou menor sofrimento... É preciso matar um sentimento para originarem-se outros. É preciso matar uma dor, para que irradie conforto. É preciso matar um momento para que outro surja. É preciso matar uma vida para se construir outra...

Também um olhar sobre o quanto estamos vivos, dispostos a termos experiências e a vivermos, para então podermos morrer a cada experiência ou momento, que se queira matar. Zumbis existem, de alma vazia e triste, propagando um imenso nada na vida das pessoas, assim como espíritos de luz, que nos envolvem e nos impulsionam ao ápice da nossa existência, em experiências incríveis e inesquecíveis. Existem sim..., muito próximos, às vezes ao nosso lado!

Ao finalizar, com este texto não busco influenciar ou contrapor crenças, mas apenas reforçar o fato de que para se morrer é necessário estar vivo, e estar vivo é um desafio imenso diante dos infinitos vazios que projetamos para nós mesmos.

Viva a vida! Viva a morte!

5 comentários:

Juliana Machado disse...

Eu só sei dizer uma coisa: Eu ADORO estar viva e pretendo continuar assim por mais uns 128 anos! Por isso essa gripe do porquinho tem me apavorado...

Acho que a vida é um grande presente que temos e a gente tem a obrigação de buscar ser feliz o tempo todo. Ainda que tenhamos momentos tristes. Eles também nos ensinam a viver melhor.

Se cuida!

Armando disse...

Valeu Ju! Penso que é fundamental viver uma vida intensa, para se ter a certeza de que valeu à pena!

Um grande beijo!

Ana Paula Dacota disse...

Como dizia Guimarães Rosa:

"Viver é muito perigoso".

Bjs!!!

Rubão disse...

Grande Armando
Você,com certeza,é um Espírito de Luz.Talvez às vezes fique um pouco eclipsado por momentos que você mesmo insiste em viver.Provavelmente a parte de você que se soltou seja algo de que realmente não precise.Ou uma parte que já cumpriu seu papel.Pense muito nisso e volte ao seu brilho que muitos de seus amigos precisam muito de você.E vc tem que estar em sua melhor forma para isso.
Brilhando meu amigo!!!

Armando disse...

Olá Ana e Rubão, é perigoso viver sim e é penoso não viver! Tudo é uma questão de escolhas e cada um assume esse presente que nos foi dado com a intensidade que julgar melhor. As lágrimas fazem parte da reconstrução e sofrimento blinda, sem esfriar a alma...

Um grande beijo!

Armando