sábado, 13 de junho de 2009

Uma fuga de si próprio!

Alguns assuntos ainda são tabus na vida das pessoas. Enfrentar é difícil, ocultar, conviver ou negar, mesmo diante de tantas evidências, torna-se fácil. A vergonha, o medo e a falta de coragem, a negligência pela busca de ajuda, prolonga e potencializa um interminável sofrimento, solitário, que remete à margem da vida aquelas pessoas que ainda não encontraram um caminho seguro para a sua jornada.

É perfeitamente possível sorrir, brincar, divertir-se, por algum tempo, mas depois retorna-se ao cinza das emoções, dos sentimentos, na profunda tristeza. Após uns drinks com amigos, eles voltam felizes para suas casas, seguem com suas vidas e do outro lado, a desesperança, acobertada pelas frustrações e pela falta de expectativas. A cama, as cobertas, as lágrimas, o sofrimento, são companheiros por hora inseparáveis. A culpa ainda é dos outros. Eles são o inferno!

Segundo a OMS, a depressão, do latim depressione, afeta de 15% a 20% das mulheres e de 5% a 10% dos homens. Em 20% dos casos segue um curso contínuo, especialmente quando não há um tratamento adequado. Aproximadamente 2/3 das pessoas com depressão não buscam tratamento e a maioria dessas irá tentar suicídio pelo menos uma vez. 17% conseguem se matar. Com o tratamento adequado, 70% a 90% dos pacientes recuperam-se.

É importante salientar que a depressão não é somente um estado de espírito, tristeza ou lamento, mas sim uma doença, e como tal deve ser tratada. As manifestações e seus reflexos variam de pessoa a pessoa e sinalizam um período ou necessidade de mudança e crescimento. Fases que antecedem novos horizontes e o amadurecimento de um ser em constante evolução.

Fala-se em dois tipos de depressão: monopolar e bipolar, sendo que o primeiro termo não é usado oficialmente. Na depressão monopolar surgem fases depressivas, já a bipolar se caracteriza pelo transtorno afetivo e a alternância de fases deprimidas, com maníacas, de exaltação, alegria ou irritação do humor.

Tenho lido muito sobre os processos depressivos, para ter conhecimento e para conter e entusiasmar as minhas fases de mudança. Uma conclusão que chego, do ponto de vista sociológico, é de que as pessoas voltaram-se muito mais para o indivíduo e pouco para o sociável, estimuladas constantemente pela própria sociedade consumista. Você precisa ter mais e ser menos, para ser aceito neste modelo. Quem não pode enquadrar-se nele é excluído e aí vem o sofrimento. Quem não aceita e se afasta desse conceito, encontra a mais pura felicidade e compartilha-a gratuitamente, remedia e ilumina, traz a verdadeira vida para a sua alma e para as almas das pessoas.

Namastê!

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