quinta-feira, 18 de junho de 2009

A Sinuosa Serpente do Amor!

Quisera eu ter o dom de iludir o amor. Fazê-lo nascer e crescer em um ambiente frutífero, próspero. Cuidar dele, e deleitar-me nas suas infinitas nuances. Fortalecê-lo ao meu gosto, e ao meu prazer reduzi-lo às minhas possibilidades. Sem querer entendê-lo, desenhá-lo. Construí-lo sem medo, tal qual um quebra-cabeça imaginário, que transcende os limites do chão e do céu e projeta um universo em uma caixinha de fósforos.

Quisera eu ouvir o silêncio do amor. Enroscar-me nas suas armadilhas e no gozo. Morrer de viver, inundado nas fantasias harmoniosas e intensas. Invocá-lo, sempre que me faltarem respostas para os meus atos bobos e inexplicáveis. Sem querer limitá-lo, expandi-lo. Fortalecê-lo para acobertar esse meu peito imenso e aberto, que só absorve e transforma sentimentos em luz, em dias claros ou tempestuosos, em noites nubladas ou encobertas de estrelas.

Quisera eu frutificar o amor. Deflagrar o movimento silencioso das células e do oxigênio que as faz multiplicar, em meio ao ofegante respirar dos corpos cansados. Mentir para mim mesmo, e querer acreditar que um dia este sentimento irá acabar, para sempre. Sem querer matá-lo, iluminá-lo. Recuperar o brilho do olhar e os gestos afetuosos, os abraços e os beijos molhados, no limiar do encantamento da sinuosa serpente, dominadora, da florida estrada.

Bem vindo à vida!

(escrito hoje, na mesa do Colarinho, e na proximidade dos amigos)

Um comentário:

mineiro disse...

Quisera eu pensar no instante como eternidade, viver no sopro de uma paixão e sorrir ao som de um violão.

Quisera eu respeitar a dor e não denuncia-la, ver o coração ferido de um amigo e não poder cura-lo crer no amanhã sem lógica, planos e teorias.

Quisera eu não entender nada do que leio, do que vejo, do que sinto.

Quisera eu apenas amar a beleza de estar vivo.

Quisera eu poder construir ao lado de um amigo uma fórmula poderosa de cura contra a falta de coragem daqueles que não sabem amar.

Quisera eu poder viver sem amigos, mulheres, futebol, religião, sonhos e ilusão.

Quisera eu não ter sofrido por amor.