
Quisera eu ouvir o silêncio do amor. Enroscar-me nas suas armadilhas e no gozo. Morrer de viver, inundado nas fantasias harmoniosas e intensas. Invocá-lo, sempre que me faltarem respostas para os meus atos bobos e inexplicáveis. Sem querer limitá-lo, expandi-lo. Fortalecê-lo para acobertar esse meu peito imenso e aberto, que só absorve e transforma sentimentos em luz, em dias claros ou tempestuosos, em noites nubladas ou encobertas de estrelas.
Quisera eu frutificar o amor. Deflagrar o movimento silencioso das células e do oxigênio que as faz multiplicar, em meio ao ofegante respirar dos corpos cansados. Mentir para mim mesmo, e querer acreditar que um dia este sentimento irá acabar, para sempre. Sem querer matá-lo, iluminá-lo. Recuperar o brilho do olhar e os gestos afetuosos, os abraços e os beijos molhados, no limiar do encantamento da sinuosa serpente, dominadora, da florida estrada.
Bem vindo à vida!
(escrito hoje, na mesa do Colarinho, e na proximidade dos amigos)
Um comentário:
Quisera eu pensar no instante como eternidade, viver no sopro de uma paixão e sorrir ao som de um violão.
Quisera eu respeitar a dor e não denuncia-la, ver o coração ferido de um amigo e não poder cura-lo crer no amanhã sem lógica, planos e teorias.
Quisera eu não entender nada do que leio, do que vejo, do que sinto.
Quisera eu apenas amar a beleza de estar vivo.
Quisera eu poder construir ao lado de um amigo uma fórmula poderosa de cura contra a falta de coragem daqueles que não sabem amar.
Quisera eu poder viver sem amigos, mulheres, futebol, religião, sonhos e ilusão.
Quisera eu não ter sofrido por amor.
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