quinta-feira, 25 de março de 2010

Clausura

Lembranças, gotas ácidas que corroem a solidão, ilicitudes das almas fragilizadas, repúdio às escolhas. Saudades, elos a encarcerar o sofrimento, embates ao desapego imperfeito, mórbidos suspiros pela afeição. Distância, nódoa trama na perplexidade do destino, renúncia velada da natural indelicadeza, conexão ao desconexo. Hei de esquecer o silêncio dos nossos corpos cansados...

Há uma nebulosa em meu peito, que insiste em manter distante o meu coração. Na perdura instável do meu ser, um vazio, claustro, de emoções. A cidade é cinza, assim como os dias. Noites dolorosas, em doses desmedidas de ressentimentos, e uma insaciável procura, pelo desencontro. Ainda hei de matar a distância, que me separa de mim mesmo...

2 comentários:

J. disse...

Oi Armando!

Obrigada pelo comentário.
Achei seu blog interessante e me identifiquei com esse texto, em particular. Acredito que todos que se preocupam com reflexões mais profundas em torno da vida realizam uma busca diária por si mesmos, tentando, ao menos, diminuir essa distância. Cada um expressa as inquietações de uma forma e admiro mais ainda quem as consegue colocar em palavras.
Excelente!

Juliana.

Armando disse...

Olá Ju, seja bem-vinda! Também gostei muito das suas reflexões e das suas palavras, as quais refletem toda a sua sensibilidade. Você retrata temas complexos de forma simples, com intensidade.
Continue por aqui e me envie seu contato para conversarmos mais...
Beijo!