quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Sobre a Brevidade da Vida

Na sua obra “Sobre a Brevidade da Vida”, Séneca, filósofo, dramaturgo, político e escritor, que viveu Roma do início da Era Cristã (4 a.C – 65 d.C), descreve em um tratado primoroso, uma fascinante obra que nos eleva a refletirmos sobre os caminhos que escolhemos seguir. Freqüentemente retorno a Séneca, assim como a Nietsche, a Maquiavel, e por que não a Vinícius de Moraes, Drumond, ou outros tantos poetas e pensadores?

Extraí alguns trechos para estimular àqueles que ainda não tiveram a oportunidade de mergulhar na obra e na própria alma: “A maior parte dos mortais, lamenta a maldade da Natureza, porque já nascem com a perspectiva de uma curta existência e porque os anos que lhes são dados transcorrem rápida e velozmente. De modo que, com a exceção de uns poucos, para os demais, em pleno esplendor da vida é que justamente esta os abandona.”. “Não temos exatamente uma vida curta, mas desperdiçamos uma grande parte dela. A vida, se bem empregada, é suficientemente longa e nos foi dada com muita generosidade para a realização de importantes tarefas. Ao contrário, se desperdiçada no luxo e na indiferença, se nenhuma obra é concretizada, por fim, se não se respeita nenhum valor, não realizamos aquilo que deveríamos realizar, sentimos que ela realmente se esvai.”.

Em outro trecho, Séneca afirma: “Pode haver alguma coisa mais tola, me diga, que a maneira de viver desses homens que deixam a prudência de lado? Vivem ocupados para poder viver melhor: acumulam a vida, dissipando-a. Fazem seus projetos para longo tempo, porém esse adiamento é prejudicial para a vida, já que nos tira o dia-a-dia, rouba o presente comprometendo o futuro. A expectativa é o maior impedimento para viver: leva-nos para o amanhã e faz com que se perca o presente.”. Ainda, finalizando as citações: “Muito breve e agitada é a vida daqueles que esquecem o passado, negligenciam o presente e temem o futuro. Quando chegam ao fim, os coitados entendem, muito tarde, que estiveram ocupados fazendo nada.”.

Ao reler este tratado, esta semana, por várias vezes lembrei-me de Zilda Arns, e da tristeza dos seus seguidores, transformada exponencialmente em alegria, por terem convivido com uma pessoa tão iluminada e que não fez da sua vida uma vida breve. Assim, compartilho um pouco dessa obra e recomendo, para reflexão, como um exercício de sabedoria.

Nenhum comentário: