sábado, 31 de janeiro de 2009

Papo Cabeça!

O Paradoxo do Nosso Tempo
George Carlin

Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até mais tarde, acordamos muito cansados, lemos pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente. Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.

Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos frequentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos. Fomos e voltamos à lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamoso átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos. Aprendemos a nos apressar e não a esperar.

Construímos mais computadores para armazenar mais informações, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos. Estamos na era do "fast food" e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.

Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas "mágicas". Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa. Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar "delete".

Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre. Lembre-se de dar um abraço carinhoso num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer. Lembre-se de dizer "eu te amo" à sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, ame... Ame muito.

Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro. Por isso, valorize o que você tem e as pessoas que estão ao seu lado.

Um comentário:

Paulo Moacir disse...

Muito bom para refletirmos o momento que vivemos nessa neura de status, valores patrimoniais...., onde os valores básicos de respeito a natureza, ao ser humano.... deixamos , infelizmente, por muito tempo a margem. Agora a "coisa" - do excesso pela busca constante, sem pudor nenhun, por tudo que é material e lucrativo...- chegou numa escala que não nos resta outra alternativa, a não ser o resgate de valores que eram visto - para muitos - como algo retrógado, atrasado...
Valeu!
Paulo Moacir