quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Os laços e os nós...

Enquanto as nossas vidas passam, vamos construindo relações, solidificando amizades e assim aproximamos corações, mas também os afastamos. Tal qual crianças curiosas, ansiosas por aprender, vamos expandindo os nossos universos a cada novo diálogo, a cada experiência, a cada momento. De peito aberto, recebemos tudo, assim como transmitimos aquilo de melhor que temos a dar, sempre solidários, prestativos, diligentes.

O tempo nos encoraja, assim como nos subtrai o ânimo, nos impulsiona, assim como nos retrai. O tempo nos ensina com nossos acertos, e principalmente com os nossos erros. Agarramos-nos em conselhos e clichês, e no balanço das nossas conquistas, vitórias e derrotas, dádivas e catástrofes, que hora provocamos e hora somos vítimas, laços e nós. Um vai e vem de emoções nos eleva e nos destrói, com a mesma voracidade.

Laços são abraços, construções de uma beleza pura, delicados afetos, como a suave brisa que nos toca a face, quando nos rendemos à harmonia da natureza. Como um beijo despretensioso, que nos faz tremer, ou como nos sentirmos acolhidos, protegidos de todas as intempéries da vida. Fáceis de desatar, sensíveis, e por isso merecem todo o nosso cuidado, para que se perpetuem e sejam eternos.

 Os nós existem também, e nada mais são do que laços que equivocadamente tentamos atar, sem o devido cuidado, sem amor e sem delicadeza. Sonhos que deixamos de sonhar, castelos que ousamos construir sem sabermos os motivos, situações que deixamos de lado, pessoas que descartamos de nossas vidas, dores que causamos e que nos arrebatam. Diferentemente dos laços, os nós são difíceis de desatar e assim carregamos mágoas por um longo tempo, uma carga dura, fruto das nossas inabilidades.

Em nossas reflexões devemos resgatar os laços e os nós, as alegrias e tristezas que causamos e que nos avassalam, as medalhas e condenações que carregamos. Não são louros ou arrependimentos que guiarão as nossas vidas e ao cuidarmos das nossas almas buscamos um entendimento conosco, afim de que sejamos felizes, realmente muito felizes...


Namastê!!

Um comentário:

Ana Paula Dacota disse...

Linda crônica! Abraços!