quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Esse Veneno que nos Alimenta...

É engraçado como nos sentimos pequenos, quando damos um tempo para nós mesmos. Mergulhar no universo das nossas próprias emoções nos faz refletir sobre tudo aquilo que fizemos, e sobre tudo aquilo que deixamos para trás. Sonhos e expectativas a confrontar nossas realizações, conquistas, vitórias e derrotas...

Ao estarmos sós, deixamos cair as máscaras e com elas as mentiras, os papéis e fantasias. Ousamos voar, nos poucos momentos em que nos permitimos nos enxergar nus, desprovidos de preconceitos, de pudores e de vaidades. Ao inibirmos nossas armaduras e desculpas, nos permitimos estar livres para o exercício do nosso próprio destino, do arbítrio, livre arbítrio.

Tal qual uma lavagem na alma, após, nos sentimos leves, prontos para acumularmos mais mentiras nesse jogo da vida, e enquanto não somos desafiados, continuamos a nos desculpar por todas as nossas perdas - de identidade, de amigos, de sonhos, de verdades. Conformamos-nos então, ao nosso juízo, sempre que percebemos no outro algo de pior, e ao racionalizarmos, nos sentimos confortados.

Maldita ilusão, que nos faz dissimular sobre a nossa própria vida, pois enquanto acumulamos vantagens, diluímos as nossas dores e mágoas. E assim, como tudo aquilo de bom que fazemos aos outros nos faz bem, ao alimentarmos o mal, nutrimos com veneno o que nos mata..., as nossas certezas, e as nossas próprias convicções, as nossas capacidades.

Namastê!

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