sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A dor do amor

Não vou viver à tua sombra, e tampouco à tua semelhança. Teu passado é nada, e teu presente insano. Ainda que me prenda ao teu sorriso, a tua morte em mim é iminente, mesmo que tardia. Deixastes o teu legado em minha alma, com as tuas mentiras. Amarga utopia a corroer os meus caminhos.

Vive de jogar versos ao vento, tal qual uma vadia meretriz, a frutificar desejos e roubar sonhos. Tua voracidade pela dúvida, faz mutilar sentimentos, assim como o teu beijo, amargo fel, a catalisar emoções vazias. Ainda que negue, traz consigo um rastro de infelicidades, és a infelicidade buscando vítimas.

Quem disse que o amor não mata? Morre-se aos poucos, todos os dias..., enquanto espera-se silenciosamente, a conta gotas, que tudo termine. Amarga prisão, dor cruel. Mera ironia, achar que a felicidade de uma nova paixão, suprime a dor da perda de um grande amor. Engana-se quem pragueja a felicidade.

Desafio-te a julgar os meus sentimentos, a velar com lírios os meus lamentos, a acalmar esse meu clamor. Rogo-te a deixar-me em paz, quero esquecer o teu sorriso, para então remediar a tua ausência. Deixe-me matá-la em mim, não te quero mais em meus pensamentos, pois tua presença me aprisiona. Hei de extirpá-la da minha vida e seguir, em paz. Teu amor é dor!

É muito simples, mato então esse amor, e acabo logo com toda essa dor que me corrói... Quisera, não sou capaz. Verdadeiro é esse amor, impossível matá-lo. O amor me guia e me remete à profunda insensatez, de amar, amar, amar, amar, amar, até que a morte nos separe..., de nós mesmos!

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