quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Vou ao Paço...

Enquanto estamos atribulados com as nossas rotinas do dia a dia, o tempo vai passando. As exigências que nos são impostas, ou que impusemos a nós mesmos, fazem com que tenhamos que nos empenhar muito em tudo que fazemos, ou quase tudo, para que possamos nos mostrar e nos sentir melhores, de forma que os nossos resultados sejam satisfatórios e nos sintamos felizes, ou no mínimo aliviados.

Acordar cedo, trabalhar muito, dialogar com pessoas, resolver problemas, correr para academia, aula de idioma, responder e-mails, dar atenção à família..., ufa! Nossos dias andam mesmo corridos... E o pior é que o final de semana sempre demora a chegar, e normalmente passa muito rápido, sendo às vezes insuficiente para também nos dedicarmos às outras coisas: leituras atrasadas, visitas aos familiares, mais atenção à pessoa amada, passear..., enfim, estamos sempre em débito com nós mesmos.

Alguns especialistas têm orientado tecnicamente, espiritualmente, ou mesmo estimulado reflexões sobre a nossa rotina de vida e sobre o que buscamos. Um exercício dolorido de desapego, do repensar as nossas próprias histórias. Olhar o outro e criticá-lo, é tão fácil..., mas olharmos para o nosso interior e reflexionarmos sobre a nossa vida, nossos anseios e o nosso próprio destino...

Existem pessoas que ousam, e talvez sejam mais decididas e corajosas. Todos conhecem gente que, de uma hora para outra, mudou seus hábitos, abandonou suas profissões e até escolheram vidas alternativas, esquecendo as vaidades e dando maior valor às coisas mais essenciais, mais ao “ser”, e não tanto ao “ter”. Vivem felizes com suas escolhas, imagino, ou retornam às suas vidas vazias após um tempo de não adaptação. Eu conheço várias...

Não consigo ir à ilha da fantasia, mas sempre que possível vou ao Paço da Liberdade, após dias estressantes de trabalho, e desgastado das minhas reflexões e confusões afetivas. Lá, um local acolhedor, um café gostoso, e um silêncio só meu, que me permite repensar algumas decisões equivocadas e reforçar outras assertivas, sempre embalado por um som encantador, como o de ontem, quando fui agraciado com um repertório de Hermeto Pascoal, Pixinguinha entre outros, interpretados por um quarteto profissional, maravilhoso. Um oásis...

Eu recomendo...

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