segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Um brinde às pessoas e aos acontecimentos!

Existem algumas épocas do ano em que nos mostramos muito mais sensíveis. Não simplesmente carentes, mas atentos aos valores e à importância do ser, em detrimento a uma série de outras escolhas. Fazemos uma reflexão profunda das nossas realizações e das nossas relações, colocamos tudo isso em uma sensível balança e nos confrontamos. Imaginamos o que queremos para o nosso futuro, e começamos a desenhar, ou redesenhar o nosso destino.

Não obstante aos encontros planejados para esta época natalina, onde abraçamos afetivamente nossos familiares, calorosamente nossos amigos e solidariamente pessoas necessitadas, que muitas vezes não conhecemos, o que buscamos no fundo e transbordamos, é um reencontro com nós mesmos. Não o simples arrependimento por decisões equivocadas, ou o ressentimento pelas perdas, tampouco o êxtase pelos sucessos, mas sim claridade. Uma luz espiritual e um sopro na alma.

Arrebatamos aquela sensação presente de que o bem nos abraça, e de que ao nos permitirmos, mergulhamos em um universo harmonioso e caloroso, iluminado pela chama que ascende em cada um a imensidão do amor, indivisível amor. Brindamos assim à complexidade e à fragilidade de cada um de nós. Elevamos-nos, ousamos a experimentar novos encantos, que nos suspendem, nos irradiam e nos remetem ao âmago da razão das nossas próprias existências.

Enlevo-me quando meu peito está brando, preenchido de afeto, e assim entendo que cuido e sou cuidado, cultivo e sou cultivado. À minha volta os laços inabaláveis dos elos rígidos da cumplicidade. A fé, no próximo e no próspero, e a angústia vã que se dissipa, no radiante manto da simplicidade de amar e ser amado.

Aos amigos e amigas, o meu agradecimento pela solidez das nossas convivências e das nossas conivências. O meu pedido de perdão pelas minhas inconstâncias, pela minha intensidade e urgências. Um afago nos corações, um apertado abraço e um grande suspiro, tal qual um brinde pelos nossos acontecimentos e pelas nossas verdades.

Namastê!

4 comentários:

Ana Paula Dacota disse...

Acabei de ler esta crônica aqui em BH e este texto me levou a refletir sobre o imenso quebra-cabeça que é a nossa vida...As pessoas e acontecimentos são as peças que vamos encaixando, e tudo o que aparentemente parece não se encaixar ou que aparentemente nada tem a ver conosco, acabam se revelando peças indispensáveis, ou no mínimo, que sem elas, haveria um vazio horroroso; ou então, outras peças não poderiam se encaixar, enfim, às vezes só valorizamos as pessoas ou o que nos acontece quando nos diatanciamos, seja algum tempo depois do momento presente, ou algum tempo de afastamento mesmo, enfim, estou divagando demais!Abraços, tenha uma excelente semana!

Armando disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Armando disse...

Oi Ana, obrigado pelo seu carinho e pela sua conivência! Ainda penso, sempre que dá, que esse emaranhado nos alimenta e nos impulsiona. Somos grandes por nossa culpa e pela intensidade das nossas relações e das nossas amizades. Uma culpa sã! Um grande beijo e o carinho deste cidadão, ora pulsante, ora latente, ora insignificante...

Armando

Juliana Saito disse...

Oi Armando, sempre acreditei que cada pessoa que passa pela nossa vida, por mais breve que seja, tem tal valor que muitas vezes não conseguimos abstrair no ato o significado.
Outras já não... Pela convivência, afinidades e valores, tornam-se até coniventes como você mesmo citou no teu post. Quando as relações se solidificam e criam este vínculo, é até difícil falar a respeito. Fica tudo imprevisível...
O que importa disso tudo é manter o elo fortalecido, a chama acesa, os corações pacifícos e momentos de fato vividos, principalmente nesta época do ano, quando abrimos e fechamos ciclos.
Um beijo grande, Ju Saito