terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Tenho mesmo que ir...?

Sempre adorei fazer academia, malhar...,tanto que já devo ter iniciado umas 50 vezes no decorrer dos meus quarenta e poucos anos. É motivador, na medida em que a gente se sente melhor fisicamente para desempenhar outras atividades, como encarar doze horas em uma rave, ou agüentar uma noitada de charutos e uísque com amigos e ainda terminar em um motel, com uma garota que a gente não lembra bem quem é. Outro ponto, nem tão bom assim, mas necessário para a saúde financeira e das relações no lar, é que nos afasta um pouco dos botecos, permite que conheçamos outras pessoas e sejamos mais sociáveis, além de entendermos que sempre tem gente muito pior do que nós, o que também é estimulante...

Voltar à academia é uma saga, que enfrento novamente desde os últimos dias. Ao começar pela escolha de um local, o qual não pode ser tão longe de casa, para não desanimar, e nem tão perto, para que não nos sintamos na obrigação de ir todos os dias, já que estamos pagando. O importante é começar. Passar pela avaliação, que ao contrário do que se vê nos filmes, com belas garotas de jalecos curtinhos, normalmente, é conduzida por alguém meio de mal com a vida, que faz questão de lhe dizer verdades que você já sabia, e está disposto a minimizar, como fadiga, excesso de peso, gorduras localizadas, maus hábitos, entre outras coisinhas desagradáveis. Só que ela faz questão de reforçar tudo isso, em um tom sarcástico. Eis aí o primeiro desafio: mostrar para aquelazinha que você é capaz.

Os instrutores, professores formados ou estagiários, sempre são muito atenciosos e solícitos, mas o fato de preferirem dedicar 95% do seu tempo para aquelas gatinhas saradas, não deve nos desanimar, já que ainda iremos dispor de 5% do tempo deles para dividir com o restante de descompensados, que por algum motivo em um dia de reflexão ou revolta, resolveram retornar à academia. Irão nos ensinar os movimentos que já sabemos, nos aparelhos que já conhecemos, em repetições que já praticamos – 3 séries de 12 ou de 15. A única diferença, que também não foge da normalidade, é que sempre diremos para eles que a carga está leve, como uma forma de mostrar-lhes que não estamos tão fora de forma assim como eles imaginam. Mentira... Quanto às dores musculares, nada que um bom relaxante muscular, com um drink não resolvam...

Atletas de academia aplicados, com olhares centrados, e extrema dedicação, são os terrores dos instrutores, pois os chamam a todo o momento. A necessidade de atenção, de interagir com outras pessoas talvez seja a motivação deles. Meninas de corpos esculturais, com malhas apertadas, normalmente escolhem aparelhos e exercícios que as exponham mais, tal como alongamentos provocantes em locais inesperados, o que às vezes também é estimulante, quando não é vulgar. Garotos musculosos, com regatas cavadas, fazem questão de exibirem-se e trocam de aparelhos a todo instante, como dominadores do local. Há ainda a turma dos quarenta, correndo atrás da jovialidade, para se perpetuarem nas noites curitibanas, como lobos e lobas.

Para mim, as horas de academia são interessantes. Não direi maravilhosas, pois existem coisas mais atrativas para se fazer, ao menos para o meu gosto. Encaro firme a missão, que estabeleci para mim mesmo e vou levar adiante essa idéia, até ficar satisfeito. Tenho minhas metas, assim como todos que lá estão, e não possuo nenhuma clarividência, mas ao olhar para as pessoas consigo identificar facilmente os objetivos de cada um, ao se exporem ao sacrifício de “suarem a camisa” em uma sala abafada, com uma música de má qualidade em alto som.

Com relação à saúde, ainda acredito que atividades nos parques, viagens, sexo intenso e esportes sejam mais saudáveis, apesar de não estar praticando muito de nada... Mas em épocas de praticidade, vamos ver em que dá..... Tô lá!

5 comentários:

debora_winter disse...

Muito bom...independente do que lhe motivou a retornar a academia, estou torcendo para que vire um habito, tal qual, ir ao boteco, tomar Jack Daniels, escovar os dentes ou tomar banho. Tb prefiro as atividades ao ar livre e em contato com o vento, o sol, as pessoas, mas... Se cuida, bjus.

Juliana Saito disse...

Olá Armando! Fiquei muito contente quando você me deu esta notícia na semana passada. Há quanto tempo vinhamos falando sobre isso!
A saga de estar bem com o corpo e a alma felizmente ou infelizmente é assim mesmo...
Cada um demanda uma parcela do seu tempo diário para "atender" as necessidades físicas e psicológicas que de certa forma são impostas a nós e cada um externaliza de uma forma diferente seja pela exposição do corpo, pela preocupação com a saúde, enfim.
Dessa forma, vamos buscando a tal "disciplina" através da atividade física, que ocupa a mente, revigora e dá a sensação de estarmos fazendo a nossa parte para consigo mesmo.
Ah, e por falar nisso, tá na minha hora de ir malhar! rs. Beijo, Ju Saito.

Rubão disse...

Grande Armando
Seguindo seu exemplo essa semana dei uma passada pela minha academia.No mesmo horário que sempre treinei lá estavam meus velhos companheiros e meu sempre fiel Sensei.Avisei a todos que ainda não será esse mês que estarei retornando mas já marquei um volta triunfal para o dia 06/01.
E acho que nesse exercício todo perdi umas 2 gramas...e me deu uma sede!!!!Me aguardem...

Adilene Adratt disse...

Oi Armando, já fiz academia e detesto aquela obrigação de ficar de 2 em 2 meses medindo cada 5 cm do corpo para ver o que aumentou, diminuiu... Mas na academia tem algo de compensador para as mulheres. Já que dizem que a gente fica em neura sobre a aparência muito mais para passar no crivo das outras mulheres, a academia é um lugar que os homens se exibem, e muito... para os outros homens. Com as exceções dos que já passaram dos 35, e que se empolgam com as bermudas apertadas das moçoilas, a grande maioria dos caras nem nota isso... só tem olhos para bíceps e tríceps bem formados...
:-)
Ainda tô preferindo caminhar na Beira-mar...

Armando disse...

Bom..., não posso deixar de agradecer os comentários e os diversos e-mails que recebi sobre esta postagem. Posso ver isso sob dois prismas: um, de que as pessoas estão, de certa forma, preocupadas com o meu bem estar, aí os aplausos e incentivos; o outro, é o mau exemplo que estou dando a uma série de sedentários que orbitam juntamente comigo neste mundo pagão.
Minha prima Ale foi assertiva em seu e-mail,mandando-me as analogias da ioga com a cachaça, o que gerou um compromisso de botecarmos, assim como Amici, que me recomendou tentar por três longos meses e caso as medidas não alterem, voltar a dar exclusividade ao boteco.
Um grande abraço para essa turminha que carrego comigo no lado esquerdo do peito!
Beijos!