domingo, 17 de maio de 2009

Quanto Afeto!

Mudei para o centro da cidade recentemente, para um lugar simpático, grande demais para a minha solidão, mas um tanto acolhedor. Talvez pequeno, diante dos meus sonhos, mesmo com esse desapego que carrego comigo e que às vezes me faz refletir sobre o quanto não tenho acumulado para o meu futuro. O apartamento é a minha cara, segundo os amigos, que torcem sempre para o meu melhor. Recebê-los em casa é um louro, guardá-los no lado esquerdo do peito, uma alegria, uma satisfação, puro combustível!

Saí de casa, dias atrás, e no primeiro cruzamento fiquei encantado..., um tanto surpreso também, confesso, mas esperançoso! Nas proximidades onde moro circulam muitos adolescentes, estudantes dos cursinhos que a região abriga. Foram muitos beijos carinhosos, abraços encantados, sorrisos felizes. Para elas parecia que o mundo tinha parado, congelado e nada mais importava. Um afeto incondicional diante dos meus olhos, invejosos. Os poucos minutos em que, não intencionalmente observei, naquela esquina, enquanto o sinal estava fechado, foram suficientes para que eu lembrasse das poucas demonstrações carinhosas e de uma série de desencontros e desamores, que tenho presenciado nos últimos tempos. Pensei no quanto nos faz bem a harmonia, a paz e o amor.

Indo um pouco além, caminhar pelo centro da cidade é muito interessante, e olhar as pessoas, me faz imaginar os seus anseios e dificuldades, as suas alegrias, as suas derrotas e vitórias, simplesmente pelo jeito de andarem e pelas feições. Sorrisos, caras fechadas, andares descontraídos, ou tensos, rápidos ou tranqüilos. Presenciar discussões de casais tem sido normal, além de várias agressões entre pessoas que escolheram por ficarem juntas. Triste!

Voltando aos beijos e abraços carinhosos das adolescentes, refleti com profundidade sobre a falta de afeto que existe no mundo, sobre as disputas, os egoísmos e sobre as nossas escolhas. O fato de presenciar um momento imensamente feliz de duas pessoas me fez resgatar somente bons sentimentos. Questionei-me do por que fiquei tão surpreso com as demonstrações de afeto, se o afeto deveria ser a base e o propulsor das nossas relações? Também, que temos em nossas mãos um grande desafio, de buscarmos o simples e o básico, para que tenhamos uma vida mais feliz.

Penso que se faz necessário, urgentemente, um olhar para nós mesmos e somente depois para o outro, despindo-nos das más intenções, dos preconceitos, quebrando paradigmas e estabelecendo outro modelo mental. Construir novas relações, sadias, sermos pessoas melhores.

Temos um universo em nossas mãos e uma grande missão, onde cada um é único e feito para amar e para ser amado!

Um comentário:

Rubão disse...

Grande Armando
Concordo plenamente com suas colocações.Temos que nos propor a viver a vida da melhor maneira possível.Abandonar um pouco dessa mania de consumir e ter somente o que parece impossível.Valorizar quem esta ao nosso lado,os amigos e os amores.E acordar todo dia e agradecer o que temos e poder andar pela rua e abraçar fraternalmente todos os que nos importam.