sábado, 11 de abril de 2009

Uma Quinta Iluminada!

Nos últimos tempos, também em função do meu trabalho, adquiri um hábito solitário de viajar. Conhecer novos lugares, pessoas, costumes, bares e ares, sozinho. Confesso que às vezes sinto falta de uma companhia, mas essa minha solidão me obriga a interagir com pessoas que não conheço, já que gosto muito de uma boa conversa, e a refletir muito sobre o meu dia a dia, desejos e sonhos. Muitas vezes chego com uma carga imensa de reflexões e preocupações, as quais vão se dissipando no decorrer dos dias. Volto muito mais leve e com saudades das pessoas próximas. A minha solidão é minha!

Hoje estou no Rio de Janeiro e já tenho histórias interessantes, como a minha chegada em plena lua cheia. Penso que a lua me energiza demais, mais do que o sol, talvez por isso eu não durma e goste de ficar na rua o maior tempo possível, à noite. A lua estava linda e o meu caminhar no calçadão de Copacabana estava iluminado. Uma verdadeira bênção nestes dias de Páscoa!

Por recomendação do amigo Lara, fui ao Cervantes, um bar e restaurante muito antigo e tradicional, localizado entre o Leme e Copacabana. Sempre que recebo alguma indicação de amigos faço o possível para conferir, por dois simples motivos: normalmente deve ser uma boa indicação e o amigo para de ficar indicando aquele lugar. Gostei muito e tive o privilégio de sentar ao lado de João Donato e Paulo Moura, com os quais troquei algumas palavras, pretensiosamente. Eles são uns gênios da música popular e da bossa nova. Inicialmente fui ao bar, mas estava lotado e não consegui chegar ao balcão (tinha até um labrador preto, lindo, nas dependências). Contornei e fui ao restaurante saborear um sanduíche de peru com queijo e abacaxi. Tentei furtar um cardápio, mas fui pego no ato...rs.... Valeu a indicação Larinha...

Em seguida fui à Lapa, no Carioca da Gema – bar que eu gostei muito da última vez em que aqui estive. O som estava maravilhoso e a acolhida a um curitibano sem nenhum samba no pé e conversador foi ótima. Fui apresentado à banda e o cantor, Toninho das Geraes, fez questão de ficar comigo em conversas por um longo tempo. Ouve uma grande empatia e trocamos telefones. Ele compõe grande parte das músicas cantadas por Zeca Pagodinho e Beth Carvalho e trouxe consigo para me apresentar Ataulfo Alves Junior, filho do grande Ataulfo, que este ano terá diversas homenagens pelo seu centenário. Foi muito bom!

Outro que entrou na roda de conversa foi o Furacão, Jairzinho, com o qual conversei também por um bom tempo, mas não nos entendemos. Eu acho que ele estava passado e ele certamente deve achar que quem estava era eu... Tocou tamborim com a banda e foi reverenciado. Não enfrentava a fila do banheiro, pois todos davam preferência a ele. Ser campeão tem suas vantagens.

Encontrei aqui na Santa Clara, próximo ao hotel, Dori Caymmi, de bermuda e chinelo e tão esculhambado quanto eu. Engraçado como a gente venera tanto os nossos ídolos a ponto de esquecermos que eles são pessoas normais que simplesmente levaram adiante os seus sonhos e os seus dons.

Isso tudo ocorreu na quinta-feira e já tenho a sexta para contar (foi agitada), além de hoje, que irei a um clube de jazz, daqueles com muita fumaça e som de primeira.

Estes depoimentos são simplesmente para ilustrar o quanto podemos transformar as nossas vidas e conviver com as diversidades. Lembrar que da janela para o fora o mundo é muito maior do que para dentro e que as oportunidades nunca devem deixar de ser aproveitadas.

Apesar de estar longe, me sinto muito feliz e quero compartilhar esta felicidade com todos.

Namastê!

2 comentários:

Paulo Moacir disse...

Armando, se tiver um tempinho vá conhercer o " bar devassa", em ipanema.
abs.
paulo moacir

Rubão disse...

Grande Armando
Que inveja(saudável)das coisas que vc esta compartilhando aqui com a gente.Viajar com certeza é maravilhoso.E frequentar lugares diferentes éuma das melhores partes da viajem.
Aproveite meu amigo.