terça-feira, 27 de abril de 2010

O amor quando acontece..., e quando acaba...


É fato que quando uma história de amor chega ao fim, unilateralmente, duas profundas dores são alçadas, de imediato, àquela pessoa que ainda ama, e que de forma alguma desejava um rompimento: a dor de não estar mais próximo à pessoa amada e a dor de ter que esquecê-la, para sempre, para que a vida continue e siga o seu rumo, para que se tenha motivos para seguir.

Protagonizar um romance, com intensidade, cega..., veda os olhos da alma para a realidade, já que o sentimento que eclode é tamanho, que pouco se dá importância às coisas cotidianas e às coerências da vida, as quais passam despercebidas, por um tempo. “O amor é o fogo que arde sem se ver. É ferida que dói e não se sente. É um contentamento descontente. É dor que desatina sem doer.”.

Se a chama se apaga, o ter que suportar o outro acaba sendo um martírio, uma tortura, a qual sempre é sofrimento para um, quando não para os dois, por algum tempo, pelo sentimento de pena ou mesmo pela esperança de que os bons momentos voltem e tudo retorne "a como era antes”. Engano. Muitas vezes há a maldade, e falta de caráter, em suportar o outro por pleno interesse em ter ou ser, em sentir-se algo ou alguém ao lado daquela pessoa.

Foi-se o romance e a paixão, o amor permanece como um sentimento básico, apesar de nobre, de respeito e consideração, muito aquém das expectativas do outro, que derrama intermináveis gotas de lamento e dor, lavas de ressentimentos. Fica a dúvida, a culpa e a frustração, desmoronam-se os castelos de areia e o simples sopro da brisa leva tudo ao chão, em um cataclismo de emoções.

Ainda há que se esquecer, é preciso passar um branco em tudo, para então se colorir novamente. Os risos e abraços, os beijos apaixonados, os desastres cotidianos, o carinho e o colo, o sexo, os momentos... Amores intensos não terminam em amizade, pois são erupções incontidas de felicidade, de tesão e de bem-estar. Algo que não se resgata, não se contém. O mais louco sentimento de prazer e de aflição, que nunca se prenderá em circunstâncias frias.

Assim, desprender-se de um grande amor, desapegar-se, inclui rasgar as fotos e jogar as pétalas de rosas espalhadas ao vento, mandar para o lixo todas as lembranças, boas ou ruins, mudar o trajeto, despistar os amigos em comum, apagar os endereços eletrônicos e números de telefone, extravasar na academia e nas artes marciais, permitir-se amar e ter atitudes, mas sem nunca perder a razão.

É importante lembrar, que aquilo tudo que existiu foi por sua causa, e só aconteceu porque você quis e se permitiu, para que pudesse aflorar os mais puros sentimentos a contentar o seu próprio eu. Quanto às lembranças, vão se apagando com o tempo e sendo substituídas por novas e adoráveis experiências, com pessoas ainda mais maravilhosas. E se algum dia vocês se reencontrarem, não serão mais as mesmas pessoas e talvez resgatem uma ou outra pequena lembrança, de algo importante que viveram.

Namastê!

4 comentários:

Ana Paula Dacota disse...

Adorei esta frase: "Amores intensos não terminam em amizade, pois são erupções incontidas de felicidade, de tesão e de bem-estar". Eu também penso assim! Muito boa sua crônica! Bjs!

Juliana Saito disse...

Excelente post, Armando. E ótima a passagem destacada pela Ana. Os amores vem e vão... E assim, formamos o laço de histórias e lembraçam que nos guiam por toda a vida. Bjs, Ju Saito

Lia disse...

Tudo acontence quando deve acontecer... até o acaso tem seu momento certo, para causar em nós a impressão certa... e deixar a lembrança e a sensação para sempre... com tudo se aprende... coisas boas ou não.. tudo ensina e faz crescer e aperfeiçoar!

Adoro seus textos...

Abraço!

Armando disse...

Olá Ana, Juliana e Lia, obrigado por estarem acompanhando minhas reflexões, que nada mais são do que experiências a serem compartilhadas.
Penso que as pessoas ainda sentem dificuldades em externar alguns sentimentos, como se o belo tivesse sempre que estar contido, tal qual uma jóia, intocável...
Incontáveis estrelas cadentes são ocultas, limitando a alegria daqueles que as admiram!
Beijo