
Nos últimos tempos, três amigos foram vencidos pela doença e partiram. Deixaram saudades, e uma imensidão de boas lembranças. Continuam vivos e pulsantes na minha memória, e o tempo nunca haverá de suprimi-los, o que me faz reflexionar, sem culpas, sobre o quanto mais eu deveria estar presente na vida das pessoas, e, mesmo inundado pelas vidas delas, o quanto mais eu poderia estar feliz pela convivência harmoniosa. Quão iluminados cosmos, somos nós?
A morte não é somente o fim do plano da vida, mas também o deixar morrer. O quanto nos distanciamos, e enterramos as nossas relações, nossos planos, o quanto negligenciamos quem nos quer bem. O quanto desistimos, pelas nossas vaidades e inquietudes, o quanto trocamos pessoas, tais quais bijuterias velhas, por simples deslumbramentos, ou por não precisarmos mais delas, o quanto deixamos... Eis que um dia aquela chama se apagou, pois deixamos de cuidar!
A morte não é a antítese da vida, mas sua simples continuidade. Na morte perpetua-se a vida, e a chama se mantém acesa, com altivez, enquanto permitirmos nos permitir. Chegada a hora da morte, encontra-se a vida, do tamanho e na intensidade de tudo aquilo que sempre quisemos, fruto das nossas escolhas. Pode estar iluminada por um infinito céu de estrelas, ou esquecida em um quarto escuro; repleta de gargalhadas, ou no silêncio mórbido dos nossos próprios atos...
“Temam menos a morte e mais a vida insuficiente”
Bertold Brecht
Namastê!
3 comentários:
Sua reflexão é bastante interessante, pois me fez lembrar vários momentos que grande parte das pessoas com as quais convivo externalizou o quanto suas vidas são "insuficientes"... E pior, não sabem o que fazer para completa-la. Não acredito que muitos escolham conscientemente uma vida vazia, mas só se dão conta quando começam a perder demais, e ai, talvez seja tarde... Mas, talvez não! Parabéns pelo post. Bjs, Ju Saito.
Olá Juliana, obrigado participar, e como anda a sua vida?
Beijo!
Não me incluo no grupo daqueles que tem uma vida suficiente, confesso... Mas tenho vivido de tal forma que tenho conseguido me sentir viva! Beijo!
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