sexta-feira, 8 de abril de 2011

Triste Consentimento

Não consigo fechar os olhos, pois lágrimas de sangue escorrem pelo meu rosto. Em meus pensamentos, somente preocupações ocupam as minhas incursões. Meu coração está de luto e nas minhas veias corre o negro da desilusão e do sofrimento. Não há o que entender e tampouco justificar, pois estamos doentes, doentes pela impulsividade dos desejos, e a qualquer preço sofremos calados, digerindo a indignação dos quereres e dos poderes.

Apodrecemos e nos achamos mais nobres a cada dia. Louvamos o descabido, e ocultados pelo limo da pobreza de espírito nos achamos cada vez melhores. Assim, matamos os outros e matamos a nós mesmos. Suicidamos-nos a todo o momento quando da renúncia da vida. Maltratamos nos maltratando, e ainda assim, achamos que somos superiores. “Viestes do pó e ao pó voltarás”, mas não damos bola, e deslumbrados e aclamados por idiotas e imbecis, bem vestidos e bem quistos pelas castas de idiotas e imbecis.

Este lamento não é revolto, não é movimento, nada é. É uma simples dor e tristeza, profundas amarguras e ressentimentos. Um insólito despejar de emoções, mudança de consciência, crescimento e desabrochar. Não olharmos simplesmente os jardins, mas cuidá-los, não olharmos simplesmente o sorriso das crianças, mas abraçá-las, para que nunca esqueçamos que aqui estamos e também somos responsáveis pelo desvendar e pelos acontecimentos, por mais dolorosos que sejam.

Namastê!

Um comentário:

Anônimo disse...

Namaste.
Triste e sabio.
Puro e verdadeiro.
Difícil mas vivido.
Louco e sofrido.
Talvez cármico.