segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A violência de todos nós...

As pessoas andam assustadas, descrentes e à mercê do perigo. Sonham com a violência, exalam o medo e se reprimem. Sentem-se violentadas nos seus direitos, violadas na sua cidadania, e com a liberdade manchada. Quase sem esperanças, torcem para que alguém lhes salve, mas pouco agem.

Quando percebem que estão sós, ultrajam com blasfêmias, racionalizam, como se não fizessem parte deste mundo doente. Atribuem culpas e se isentam, reclamam e profetizam, externam as suas insatisfações e apresentam as suas mais íntimas receitas. Promovem o seu pequeno mundo perfeito, mas pouco agem.

Falam em mudar de endereço, em mudar de cidade, em mudar de país. Gritam nos balcões dos bares e nos almoços de família, sem ponderações. Culpam inocentemente, segregam ingenuamente, maltratam com ignorância. Acham que impor os seus modos, os seus conceitos e os seus padrões, soluciona. Disseminam mais violência, e pouco agem.

Permitem, ao não participarem.

Aceitam, ao não fazerem escolhas.

Matam, ao omitirem-se.

Nenhum comentário: