segunda-feira, 9 de maio de 2011

Deixe-me pulsar...


Nas esquinas da vida, sem ao menos esperarmos,  nos deparamos com algumas situações e sentimentos que transformam o nosso viver. O que dizer de encontrarmos alguém ao acaso e esse alguém nos embaralhar os sentidos ao nos proporcionar um turbilhão de desejos em pensamentos desconexos? O que dizer do coração acelerado, da respiração ofegante, em meio a gaguejos e mãos trêmulas, sem nenhum toque físico sequer, ou sem que nenhuma palavra tenha sido dita? O que dizer da paixão e do amor, sentimentos que nos enlouquecem, nos arrebatam, invadindo as nossas quase intransponíveis carapaças e armaduras? O que dizer dos encontros, ou desencontros, que nos levam às decisões improváveis, ao sim pelas fortes emoções na desarticulação da razão?

É bem assim que nos entregamos, sem planos, sem desculpas e sem culpas. Sabemos quando é o momento e para quem, mesmo que aquele sentimento não dure para sempre. Amar potencializa sentimentos, assim como a paixão, que não nos cega, mas nos remete a outras dimensões do realmente ser humano. Invariabilidades do pulsar, do querer, do provar, do aceitar. É preferível mil batidas estonteantes do meu coração a uma única insípida, e por isso deixo pulsar. Depois colhemos os frutos dos erros, que são pormenorizados, diante dos acertos, e ainda assim podemos escolher as masmorras frias das nossas inseguranças ou o ardor incandescente de se doar, dividir.

Quem acha que amar é regra, é reclusão, engana-se: amar é permitir. Sem direitos ou deveres, sem explicações, sem contrapartidas, pois nasce dos nossos impulsos e cristaliza-se em nossas emoções. Do amor brota o afeto, o carinho e o abraço. A acolhida que nos aquieta enquanto nos incendeia.

Namastê!