domingo, 21 de novembro de 2010

Meu primeiro amor...

Não se pode lutar contra o amor, não vale a pena! Na pureza dos sentimentos repousa o acolhimento e o afeto. Sofrer de amor é dor, dizer que o amor é dor é besteira, assim como dizer que o inverso do amor é o ódio, outra besteira. Enquanto você sofre ou odeia, você ama, quando despreza e quando aquela relação não faz mais sentido para você, e nem sequer você pensa na pessoa, a ignora, aí sim você a deixou de amar.

O que dizer do primeiro amor, um puro sentimento que brotou da convivência e da admiração. Crianças, cresceram muito próximos, pré e adolescentes a correr pelos caminhos abençoados pelo destino. Descobriram muitas coisas juntos, as transformações físicas, o desejo e o beijo. Entre as cortinas das festinhas, entenderam o quanto se completavam e se protegiam, o quanto um fazia falta ao outro. Férias então, um sacrifício suportar tantos dias distantes, o que teria mudado? Sem que ao menos entendessem, algo aconteceu em suas vidas, as entrelaçando para sempre.

As escolhas muitas vezes nos trazem dor, e a dor de partir, de deixar, a dor da perda é imensa. Tal qual ferida que não cicatriza, a sangrar as emoções, as lembranças, os planos e os sonhos, perder-se do primeiro amor é a morte. Mata-se os atores, as esperanças e o espetáculo acaba. Como sobreviver nos braços de outra pessoa a lembrar-se do diamante que perdera?  Como seguir sem olhar para trás, deixando aquilo de mais valioso que fora construído a dois, sem interesses, sem obrigações, sem maldades? ... esse é o mais puro amor!

Disseram-me que tão ou mais importante do que o primeiro amor, é o último amor. Quem sabe meu último amor venha a ser o meu primeiro amor, ou o meu primeiro amor venha a ser o meu último amor. Enquanto isso cultivo o meu jardim a florir, para que as borboletas venham ao invés de correr atrás delas, como dizia Mario Quintana.

Viva a vida!!