sexta-feira, 9 de março de 2012

Ausência

Esse vulcão que em mim habita, haverá de cobrir de cinzas a tua ausência. Das erupções e das cinzas, e da petrificação da lava, é que brotam as novas geografias, cujas histórias ficarão esquecidas em algum museu da alma.

De que lado o amor estará, senão daquele que pulsa, e que despeja em sentimentos o verdadeiro querer, ao mesmo tempo em que abomina o superficial e o fútil. É preciso deixar que o coração diga, nas encruzilhadas da paixão, qual caminho seguir.

O lamento é o dano, sem nunca deixar de destilar emoção, e aquele que não se emociona diante de uma perda é fraco, pois ao entregar ao racional o seu próprio destino, mata a si mesmo ao esgotar a sua virtuosidade.

Para que decretar o óbito de quem aqui está, mas já partiu? A sentença é penosa, está na obsessão do ter. É quando alguém lhe rouba a sua solidão e nada lhe dá em troca, como já supunha Nietzsche...  

Um comentário:

Ana Paula Dacota disse...

Há sempre aprendizado em tudo o que fazemos e em tudo o que sentimos...quando começamos a entender o que sentimos, a racionalizar o que dói e também o que inflama, abrimos um canal vital para a renovação...como o sacudir de um tapete, como o abrir de uma janela, como escrever versos que expurgam a alma...