domingo, 23 de dezembro de 2012

Deslizes



Faço de minhas palavras um emaranhado de nada, para que cada um saiba o quanto vale um lampejo de fatalidades. Toco na sanfona da minha vida um blá blá blá de descontinuidades, até porque desconexas são as mal dadas percepções, do fado doido ao realejo reluzente das estrelas...
Ainda hoje refleti sobre as minhas fragilidades, como se farto fosse o meu repertório de ilusões. Pus na gaveta das entrelinhas, um fardo imenso de arbitrariedades, para que se possam compor melodias de salão, a iluminar as fantasias dos desavessos.

Ainda que se julgue os mau tratos dos desamparados, há que se plugar no nervosismo  dos desocupados, pois da natureza vazia do nada brotam os miúdos floreios dos jardins abandonados. Assim navega a notoriedade, sem tanto ofuscar aquilo que mal se compreende.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Saudade



...tem gente
que nunca deveria desgrudar da gente
e feito chiclete, superbonder, ou algo colante
estar presente a todo instante
no corpo, na mente e na alma
é essa gente que me acalma
que me deixa sempre feliz
e é o que eu quero
e o que eu sempre quis...

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Cadê?



deixo às estrelas a minha solidão
decadentes meteoros
restos de mobílias abandonadas
em rimas e casas velhas

deixo o tiro que me mata ao acaso
á loucura pacata
solfejos calados na escuridão
em murmúrios fanicos

deixo gotas de graça às almas boas
aos quatro cantos que me encantam
redondezas e abismos profundos
em síncopes humanas

Cadê?