segunda-feira, 25 de junho de 2012

Vida!


Gosto de pessoas desarmadas, cuja única ameaça, e golpes que possam vir a me surpreender, sejam a vivacidade das idéias e a docilidade das intenções. Ainda assim, convivo com maiores e menores em quaisquer coisas, iguais e diferentes, geniais e imbecis. Ao final, mesmo desgostoso com os infiéis da alegria e pobres de emoções, acabo por aprender o quanto é bom não ser igual a eles, enquanto louvo a intensidade, mesmo das tolices, sem arrependimentos.

Percebo então, que pouco há a se ensinar, e que os exemplos são factóides dos nossos desejos e interesses, que da ingenuidade surgem as grandes modificações, pois lá não existem maldades, e que sofisticação é um infortúnio. Que a longevidade pode estar muito mais próxima do que pensamos, pois eternos são os momentos, os abraços e a calmaria que eles nos trazem, mesmo em lembranças, e digo sempre que o fato de estarmos respirando é uma intenção muito simplista para quem se dispõe a viver a vida, e ainda assim, a deixamos escorrer pelas palmas das nossas mãos.

sábado, 23 de junho de 2012

Desamor


Quando o desamor bate em nossa porta, nos sentimos impotentes, fracassados, amaldiçoados. É como se tudo conspirasse contra, e a nós restasse seguir, passo a passo, hora após hora e dia a dia, sem olhar para trás, a remoer aquilo tudo que um dia nos fez acreditar em felicidade.

É como se nos despetalássemos, jogando fora parte a parte daquilo que nos faz parte, para que possamos enfim aliviar a imensa carga de emoções que carregamos. Como se aquele ar que tanto respiramos nos sufocasse. Como se não nos bastássemos mais como somos. Como se não mais soubéssemos quem somos.

Estranhos ficamos, ao olhar dos próximos, quanto mais dos distantes. Isolamos-nos então, a digerir aquela dor intensa, indesejável, a nos maltratar insistentemente, pela culpa, pela decepção ou frustração. Rasgamos as cartas e jogamos fora as lembranças. Evitamos conversas e pessoas, cuidamos do nosso luto.

Por fim, jogamos as pétalas nos jardins da vida, frutificando esperanças em nossas almas, e pacientemente esperamos que algo novo aconteça, não pelo destino, mas porque somos merecedores. E refletimos então que tudo aquilo era preciso, para que nos tornássemos ainda mais capazes de seguir...

Namastê!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Verdades e Mentiras...


Não existem verdades absolutas, existem verdades, mentiras e o silêncio. Aprendemos com o tempo que o mais importante é sobrevivermos, e naturalmente nos foram proporcionadas possibilidades e escolhas, as quais nos harmonizarão maior ou menor conforto, ganhos ou perdas. Também nos foi facultado interferirmos nos destinos dos outros, levando-lhes um bem ou mal estar, ao usarmos as verdades, mentiras ou o silêncio.

Sem juízo de valores, desde cedo vamos aprendendo a fazer as nossas escolhas, através dos exemplos, das broncas e também das boas e más experiências, o que contribui para a formação e conformação do nosso caráter. Passamos a ouvir que uma mentira para o bem não faz mal, ou que às vezes o silêncio é melhor do que a verdade. Também, que existe o perdão para tudo e basta o arrependimento, o que nos permite não só invadirmos uma seara delicada, como nos conformarmos com as conseqüências.

Se formos verdadeiros ou não conosco, sofremos ou vibramos com as próprias vitórias e derrotas, e ninguém é responsabilizado ou culpado, além de nós mesmos. Podemos então tratar as causas, se assim julgarmos conveniente, e seguirmos as nossas vidas com tranqüilidade. Já, quando envolvemos outras pessoas, podemos causar euforias ou desastres maiores, pois por nossa influência aqueles tomam decisões, que podem ser felizes, ou irreparáveis.

Nem por isso a nossa consciência pode ser afetada. Mas é importante refletirmos sobre mentiras e verdades, e também sobre o silêncio, pois apesar de não sermos responsáveis, podemos ser culpados, e ao reconhecermos a culpa muitas vezes torna-se fácil sermos perdoados pelo outro. O difícil, para aquela pessoa de bem, é perdoar-se.

Namastê!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Amar


"De longe te hei de amar, da tranqüila distância em que o amor é saudade e o desejo, constância"

Cecilia Meireles

Cadê!


Aderente ao meu, é o teu corpo, que não só me completa, mas me inunda, como se eu não me bastasse nas minhas coleções de fatalidades e desejos. As suas idéias são suas, e não me canso de vibrar com os seus sonhos e vitórias. Pensar em você, sempre, como se meu relógio contivesse somente segundos a desvendar a sua doçura. Acariciar-te então, tê-la em meus braços a contemplar o seu sorriso, é uma benção. A sua alma pura, repleta de intensidade me move, e assim, amar-te, não só faz parte do meu enredo, como rege o meu destino, a impulsionar o sangue que faz o meu coração pulsar.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Poesia


Ai daqueles
que se amaram sem nenhuma briga
aqueles que deixaram
que a mágoa nova
virasse a chaga antiga

ai daqueles que se amaram
sem saber que amar é pão feito em casa
e que a pedra só não voa
porque não quer
não porque não tem asa
(Paulo Leminski)