segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Coração Selvagem

Descontrolado e louco..., ando ensandecido com as suas arbitrariedades... Como se não bastasse a dor da separação, o luto pelo rompimento e o flagelo da saudade, devo ainda me sujeitar às suas variantes. Nos momentos em que mais preciso  de você, me abandona, ao bel prazer de me ver sofrer e, por tua causa, despenco no grand canyon das minhas emoções. Impossível controlá-lo, e sei que é minha a culpa, já que sempre deixei o meu destino em suas mãos. Agora sinto que admiti-lo a pulsar, ou deixar de bater acelerado, sem  a minha racionalidade, é insensatez. 

Quisera você fosse tal qual um celular, com carga e descarga e a opção de desligá-lo sempre que preciso. Poderia deixá-lo em casa ao mergulhar nas minhas madrugadas insanas, se quisesse o frio das relações, ou regular a sua intensidade, para que batesse à altura dos meus interesses. Coração bandido, algoz dos meus sentimentos, anda a me maltratar por capricho, como se por vingança fizesse, pelos sustos e oscilações a que lhe tenho exposto, pelo que lhe tenho açoitado. Apesar de tudo você é meu e o que me conforta é que posso viver sem você, assim como você pode viver sem mim, por outras emoções. E talvez por isso, o gosto e o zelo por nossa desarmonia. 

(contribuição de Henrique Cabral dos Santos)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Beijo a flor...

Ternura de beija-flor que meu jardim excita, há volúpia na sutileza do teu voar. Ao farfalhar as tuas asas acaricia o veludo das minhas pétalas, e como se fosse teu o encanto de estar íntegro nos meus momentos, me eleva. Mágico, deposita em mim aquilo que vem da tua natureza e retira o néctar das minhas emoções. Simbiose de amor, do seu para o meu íntimo e do meu para o seu. É pena as janelas estarem abertas, mas é preciso, para que venhas quando quiser e possas partir, sabendo que estarei aqui saudoso, sempre a te esperar.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Ausência

Me faltam letras, e portanto as palavras. Sem palavras não combino frases. Sem as frases não expresso aquilo que sinto, e ao não expressar aquilo que sinto me sinto ausente. Ausente estou por não pulsar meu coração, e ao não pulsar, ele me pune, por tudo aquilo que deixei de fazer.