sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Que amor é esse!

ousei colar a minha boca na sua
a respirar seu sôfrego ar
matei a ilusão do amor
na repulsa do seu beijo

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

À Flor da Pele


Não é o tempo que regula os sentimentos, tampouco as vontades. Não é a dor que dimensiona a intensidade das lágrimas, tampouco o afago. Não é a vida que transforma a vida, tampouco a morte. Não é a luz que revela a escuridão, tampouco o inverso.

Nos adereços da vida, plantei as minhas fantasias a aspirar impetuosos devaneios. Cobiçar a liberdade é frutificar desejos, é viver no âmago das emoções, e viver, é deixar escorrer com intensidade e em catarses, os nossos sonhos.

O que dizer do amor, esse louco despertar que nos acolhe e nos repele, que nos comove e nos alegra, que nos embriaga de paixão. O amor é  dor, é a utopia da ilusão. Um começo em seu próprio fim. É o egoísmo da alma a enclausurar os sentimentos.

Ainda ando perdido a esquecer em labirintos a felicidade, e por minhas mãos deixo escorrer a docilidade, nas amarguras. Não são versos que revelam o poeta, tampouco a sua intenção. Na essência, nada mais há além de vida, mesmo que revelada em morte.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Será que nos falta fé?

Dizem que Deus existe, e em sua fé estão amparados os homens de bem, e também aqueles que não sabem o que fazem. Dizem que todos os mistérios da vida são exercícios da mesma fé, que move montanhas, e é o que nos faz prosseguir em nossas jornadas.

Dizem que a benção de Deus nos é consagrada para que possamos seguir tranqüilos, seguros e felizes, e que ao recorrermos a Ele em momentos difíceis, nos sentirmos acolhidos, abraçados por uma corrente de paz e de esperança.

Dizem que o amor é um sopro de Deus a iluminar as nossas almas e que o afeto é o toque dele a aquecer os nossos corações. Que em seus ensinamentos, ao próximo devemos estender as mãos, pois assim seremos amparados pelo outro em nossos obstáculos e angústias.

Dizem ainda, que Deus criou as cores para apreciarmos a vida, e as flores, para percebermos a beleza dos jardins, aromas, doces perfumes. Criou o azul do céu, para contemplarmos a imensidão que nos rodeia, assim como o grão de areia para que possamos dimensionar as diferenças.

Alguns dizem que Deus possui olhos azuis, outros que Ele simplesmente habita os seus corações e os orienta em seus caminhos. Outros, que Ele deve ser venerado, e militam em seu nome. Há ainda quem não creia, e nem por isso se sente abandonado, ou os que negam, mas recorrem ao seu nome quando em sofrimento.

Quando olhamos o que têm nos rondado, o que têm nos acontecido, ou mesmo aos outros, parece que algo nos falta e sentimos uma grande ausência de nós mesmos. Será que nos falta fé? Qual o tamanho da nossa fé? ...Se é que a fé pode ser moldada em tamanhos... 

Assim, ao refletirmos crescemos, mudamos nossas atitudes, ou simplesmente continuamos a nos lamentar...

Namastê!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Escolhas...


Não ouso lamber as feridas, tampouco remediar a doentia dor. Enquanto recluso, mergulho no julgamento dos meus atos, a anestesiar a minha própria desgraça. No lodo da desilusão há pouca luz, pouco ar, pouca esperança. Há o desafeto e a mágoa, os ressentimentos e a hipocrisia, há o desapego. Nada que se precise ver ou sentir, nada que se possa consolar, nada que se possa confortar, não há nada...

Ignoro o lamento e retiro do meu corpo as chagas e da mente a culpa. Deixo aos corvos as lástimas do acaso, para que se deliciem com a podridão dos homens. A vergonha  é da repugnante sociedade, que somos nós, e que se cala enquanto as hienas rasgam as carniças da moralidade. É a vergonha que ocultamos, a nossa vergonha, que nos engolfa ao negro dos nossos absurdos e nos torna ainda piores.

Viva, ou morra com isso!