Ainda Mais
(Eduardo Gudin / Paulinho da Viola)
Foi como tudo na vida
que o tempo desfaz
Quando menos se quer
uma desilusão assim
Faz a gente perder a fé
E ninguém é feliz, viu
Se o amor não lhe quer
Mas, enfim, como posso fingir
e pensar em você
Como um caso qualquer
Se entre nós tudo terminou
Eu ainda não sei, mulher
E por mim não irei renunciar
Antes de ver o que não vi
em seu olhar
Antes que a derradeira
chama que ficou
Não queira mais queimar
Vai que toda verdade de um amor
o tempo traz
Quem sabe um dia você
volta para mim
E amando ainda mais
Ainda Mais - Paulinho da Viola
O expectorante da alma são as poesias e as estrelas, os amores e as paixões, as amizades e os momentos. Sempre que resolvi comer giletes, sonhei com atrocidades, e ao engolir girassóis, plantei um universo de vagalumes a iluminar minhas noites dispersas. Esse desejo louco e a minha sede de amor, ainda haverão de matar e de enterrar o meu sorriso!
sábado, 27 de novembro de 2010
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Resiliência
Hoje me pus a caminhar só em noite escura, a apreciar o prateado do céu... Refleti um pouco sobre realidades, imaginação, sonhos e desejos, e a imaginar que nexo tem o cosmos ao nos apresentar um universo de possibilidades, cujo alcance nos parece tão distante. Sobre pessoas que quero muito bem e os acontecimentos em suas vidas, e sobre mim, a remir as minhas escolhas.
Pensei muito sobre o quanto perdemos e o quanto ganhamos e quais as reações das nossas decisões diante do cosmos. Sobre as nossas relações com as pessoas, sobre a vida que deve seguir em harmonia, para que sejamos felizes. Pensei também, sobre o que tenho construído e proporcionado ao universo, sobre os desencontros, sobre as alegrias e as dores.
Busquei explicações para alguns desgostos, acolhimento para alguns erros e serenidade para algumas decisões. Pedi espaço para desenrolar as minhas verdades, e perdão pelo que não tenho conseguido ser. Clamei um pouco de paz, pois tenho percebido que faltam guizos em meus sapatos, e estes silenciaram, e que os pirilampos deixaram de iluminar as minhas noites vazias.
Somos realmente abençoados, mágicos, e ao olhar para o céu um afago e o conforto, ao convencer-me de que nem todas as estrelas pertencem às mesmas constelações e nem todas as constelações às mesmas galáxias. Assim é o universo! Logo após, no quarto hotel, durante o banho, percebi que no canto da toalha pendurada no banheiro havia algo escrito em vermelho e pensei que fosse a identificação do hotel em que estou hospedado. Ao olhar atentamente, estava escrito a palavra “RESILIÊNCIA”.
Namastê!!!
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Coração ardente
Que vulcão é esse que me consome todas as vezes que me permito a divagar sobre o teu sorriso? Um turbilhão que começa leve, e de repente avassala. Não consigo saciar minha voracidade de estar contigo. Saudade cruel, que alimenta os meus desejos e me remete ao escuro da solidão, ainda que você esteja por perto.
A esperança é a flecha que incendeia meu peito e que impulsiona os meus passos. Assim, escancaro as janelas da minha alma a esperar-te todas as horas com ramalhetes de flores a perfumar e colorir a tua chegada. Tua ausência é dor, e por mais que eu insista em desistir desse eterno amor, meus desejos clamam e inflamam o desassossego do meu coração.
Meu coração arde, e não me deixa em paz!
domingo, 21 de novembro de 2010
Meu primeiro amor...
Não se pode lutar contra o amor, não vale a pena! Na pureza dos sentimentos repousa o acolhimento e o afeto. Sofrer de amor é dor, dizer que o amor é dor é besteira, assim como dizer que o inverso do amor é o ódio, outra besteira. Enquanto você sofre ou odeia, você ama, quando despreza e quando aquela relação não faz mais sentido para você, e nem sequer você pensa na pessoa, a ignora, aí sim você a deixou de amar.
O que dizer do primeiro amor, um puro sentimento que brotou da convivência e da admiração. Crianças, cresceram muito próximos, pré e adolescentes a correr pelos caminhos abençoados pelo destino. Descobriram muitas coisas juntos, as transformações físicas, o desejo e o beijo. Entre as cortinas das festinhas, entenderam o quanto se completavam e se protegiam, o quanto um fazia falta ao outro. Férias então, um sacrifício suportar tantos dias distantes, o que teria mudado? Sem que ao menos entendessem, algo aconteceu em suas vidas, as entrelaçando para sempre.
As escolhas muitas vezes nos trazem dor, e a dor de partir, de deixar, a dor da perda é imensa. Tal qual ferida que não cicatriza, a sangrar as emoções, as lembranças, os planos e os sonhos, perder-se do primeiro amor é a morte. Mata-se os atores, as esperanças e o espetáculo acaba. Como sobreviver nos braços de outra pessoa a lembrar-se do diamante que perdera? Como seguir sem olhar para trás, deixando aquilo de mais valioso que fora construído a dois, sem interesses, sem obrigações, sem maldades? ... esse é o mais puro amor!
Disseram-me que tão ou mais importante do que o primeiro amor, é o último amor. Quem sabe meu último amor venha a ser o meu primeiro amor, ou o meu primeiro amor venha a ser o meu último amor. Enquanto isso cultivo o meu jardim a florir, para que as borboletas venham ao invés de correr atrás delas, como dizia Mario Quintana.
Viva a vida!!
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Que amor é esse!
mergulhar no calor dos teus beijos
é desatar os nós dos desejos
que a vivacidade da vida me impõe
a permear o universo dos teus sonhos
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Qual o tamanho dos seus sonhos?
Imergimos em cada momento nosso a buscarmos a felicidade plena, e ao aproveitarmos a vida ao extremo um desencanto nos ronda, uma louca vontade de transgredir nos confronta, e um desejo incontrolável de dizer ao mundo o quanto podemos mais, nos enlouquece. Por mais que saibamos e tenhamos conquistado aquilo tudo que nos convém, acreditar que o nosso sonho realizou-se plenamente é uma bobagem - a menos que sonhemos algo tão insignificante, que a sua não realização não nos faça falta.
Namastê!!
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Quem engana quem?
Nem bem resolveu as angústias de seu coração, e novamente passou a fazer juras de amor. A sedução é um jogo perigoso, o qual nos eleva a auto-estima, se bem sucedido, ou nos remete às profundezas das amarguras, quando frustrado. Perdas e ganhos fazem parte desse jogo da vida, mas somente para quem está jogando e conhece as regras, e não para quem é envolvido, ou inocentemente encantado. Diz-se que “não se deve brincar com o sentimento das mulheres” e eu vou além, ao dizer que não se pode brincar com o sentimento das pessoas.
Nenhum amor é para toda a vida, assim como nenhuma relação é perfeita, assim como ninguém é de ninguém, são frases ditas. As pessoas andam ansiosas demais, mergulhadas nas suas próprias necessidades, querendo suprir exclusivamente os seus desejos, e esse egoísmo todo faz com que esqueçam que para uma relação ser saudável, seja no início, meio ou fim, existe o outro. Andamos como máquinas a produzir mágoas e ressentimentos, o que nos distancia, não somente das outras pessoas, mas também de nós mesmos, da nossa natureza, que é amarmos, sermos amados e sermos felizes.
Li um texto, dias atrás, o qual dizia que as mulheres estão diferentes em suas relações, que têm carregado consigo um peso que não é da sua singeleza, que uma geleira tomou conta das suas almas e que a delicadeza, o carinho e o afeto, não mais compõem o seu encanto. Imputava o texto tal frieza combativa, às frustrações incrustando aos relacionamentos mal sucedidos, tal razão da tolice. O enlevo das mulheres vem deixando de ser ilibado pelas frustrações em seus relacionamentos, com homens de poucas verdades, e a culpa é deles. Assim como os homens, bons homens, pouco encontram na maioria das mulheres, a acolhida para os seus perdidos corações, falta-lhes coragem e afeto, e a culpa é delas.
Egoístas, vamos reforçando falsos valores a nortear uma sociedade doente, incrédula, cuja ordem é utilizar-se do outro para a sua pseudo-satisfação e retornar para o “lar”, como se a dor fosse domesticada, até o próximo surto. Traímos então, os nossos sentimentos, as nossas razões, os nossos princípios e os nossos destinos, e enquanto sofremos não nos permitimos viver grandes paixões, pois não acreditamos mais que existam pessoas tão maravilhosas quanto nós, para então podermos nos entregar de peito aberto a um grandioso amor. Estamos morrendo muito rapidamente, mergulhados em nossos enganos.
Namastê!
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Suas escolhas vazias...
O que é que te conserva, além da tua rala caterva que você adotou e que te protege? Ri, chora, finge e sofre, dissimula e engana, faz-se de feliz, como se a tua vida não valesse nada. Vendeu a alma e mergulhou no falso submundo, no glamour da ilusão, em festejos finos com gente elegante, na mentira e na luxúria, onde com teu sorriso se vende, a divertir os outros.
O que é que te impulsiona, além do rancor e da mágoa, da perda incontida? Se acha coerente, enquanto insiste e mente, se engana e se afunda, mergulha no negro dos sentimentos e busca na cama acolhimento. Disfarça e vive de imagem, se desvaloriza, maltrata quem te bem quer e não se trata, e como se não lhe bastasse a solidão, vive uma vida que nunca foi sua.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Desabafo...
Encanta-me manter minhas gavetas vazias, ao fato de não guardar tolices a aterrorizar os meus sonhos vadios. Encho meus universos de desilusão e despejo minhas mágoas no leito escuro das minhas verdades. Engana-se quem diz que cultivar pétalas engrandece maria flor, e que a saliva dos justos fortalece a seiva nobre da razão. Quem viu criança brotar semente, não sente a dor que sente intensamente quem ama. Brindo à vida, enquanto, no limiar da lâmina fria, sôfrega, há a morte. Espero, hesitante, e esvazio freneticamente as minhas gavetas, ao saborear o nectar de ressentimentos e o fel da minha própria altivez.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Enquanto você dormia...
Enquanto você dormia, joguei sementes para que brotassem flores a colorir o seu jardim - margaridas, rosas, gloxínias, hortênsias e tantas outras, de uma beleza tamanha, para que atraíssem borboletas a colorir com sutileza o seu universo. Poli as estrelas e enchi de azul o céu, enquanto você dormia, para que o seu caminho se mantivesse iluminado e para que o seu sorriso refletisse em cada estrela cadente.
Você dormia, e eu calibrei os sonhos, para que também coubessem dentro desse seu imenso coração e combinei com os anjos, que jamais a deixassem só. Pedi que trombetas soassem sempre que você estivesse presente, como a anunciar bons e novos tempos e supliquei a Deus que te protegesse também, e enquanto você dormia, pude refletir sobre todos os erros que poderiam ser contornados sem afetar a sua alegria.
Enquanto você dormia, clamei às pessoas que pisassem mais suavemente, e aprendessem que sutilezas e boas intenções, quando praticadas, transformam as outras pessoas, e que ao respeitarmos o próximo, respeitamos a nós mesmos, com as nossas diferenças, interesses e pontos de vista, e enquanto você dormia, pude assistir várias vezes o filme de nossas vidas, imperfeitas, mas cheias de vitórias.
Você dormia e criei uma corrente do bem, cujos elos se alternassem entre amor, afeto, carinho, felicidade, amizade e solidariedade, para que fossem elos tão fortes que nem a mais sofrida mágoa os pudesse romper. Entendi que cada laço que atamos pode ser eterno, se assim desejarmos, e enquanto você dormia, refleti sobre as nossas amarras e o quão importante é a liberdade de escolhas.
Nas minhas fantasias, ainda espero o seu despertar sereno. Espero que quando acordar, ao olhar o céu e as estrelas, ao perceber as cores e sentir o perfume das flores e ao ouvir palavras tenras, se sinta protegida. Espero te oferecer tudo aquilo que deseje e que conservei para você, em versos suaves, para que então possa deflagrar todo esse meu amor, por toda a minha vida, ainda que seja tarde!
terça-feira, 2 de novembro de 2010
O amor transforma...
Paixões acontecem, e por mais que não queiramos admitir, quando nos encantamos por alguém, as pernas tremulam e borboletas invadem o nosso estômago. Temos a sensação de que a todo o momento o mundo pára, e assim nos alimentamos, de desejos, de tesão, do outro.
Da paixão para o amor é um pulo..., basta apreciarmos a pessoa pela qual nos encantamos. Ao observarmos, e a colhermos detalhes, teremos a certeza se é ela - do sorriso aos gestos, das palavras à docilidade, do cuidado ao afeto, do humor ao gozo..., nosso coração então se entrega e o mundo muda de cor.
Quando nos permitimos amar, cuidamos mais de nós mesmos, a vida passa a fazer mais sentido e ao compartilharmos alegrias, passamos a ser mais amados ainda. A química em nossos corpos deflagra sensações incríveis, e tudo isso nos transforma. Faz-nos pulsar, nos sentirmos vivos.
Portanto, se ao encontrar alguém em seu caminho e essa pessoa lhe fizer despertar, acredite, muito mais do que coincidências pode ser o amor batendo novamente à sua porta, a lhe dar mais e mais empurrõezinhos para que você seja eternamente feliz.
Namastê!
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Por que tem que ser assim?
não é na lua, nas marés ou no tempo
nas correntezas ou no vento
nas incertezas das palavras
nas eloquências das mágoas
na saudade devassa
nas noites vazias
nos dias tristes
não é na filosofia ou na melodia
nas letras largadas
no compasso das músicas
no choro contido
no silêncio descabido
na dor constante
na ausência sentida
não é em mim ou em você
nos beijos molhados
nos corpos suados
no abraço presente
no sorriso sincero
na conversa sem culpa
no amor deflagrado
nas correntezas ou no vento
nas incertezas das palavras
nas eloquências das mágoas
na saudade devassa
nas noites vazias
nos dias tristes
não é na filosofia ou na melodia
nas letras largadas
no compasso das músicas
no choro contido
no silêncio descabido
na dor constante
na ausência sentida
não é em mim ou em você
nos beijos molhados
nos corpos suados
no abraço presente
no sorriso sincero
na conversa sem culpa
no amor deflagrado
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