sexta-feira, 30 de abril de 2010

Que amor é esse!

Solstício de Paixão

ainda que o sol brilhe com intensidade em meu peito
a ausência do seu peito congela o pulsar do meu coração
deflagra um vazio em meus sentimentos
inibe o calor da minh’alma

terça-feira, 27 de abril de 2010

O amor quando acontece..., e quando acaba...


É fato que quando uma história de amor chega ao fim, unilateralmente, duas profundas dores são alçadas, de imediato, àquela pessoa que ainda ama, e que de forma alguma desejava um rompimento: a dor de não estar mais próximo à pessoa amada e a dor de ter que esquecê-la, para sempre, para que a vida continue e siga o seu rumo, para que se tenha motivos para seguir.

Protagonizar um romance, com intensidade, cega..., veda os olhos da alma para a realidade, já que o sentimento que eclode é tamanho, que pouco se dá importância às coisas cotidianas e às coerências da vida, as quais passam despercebidas, por um tempo. “O amor é o fogo que arde sem se ver. É ferida que dói e não se sente. É um contentamento descontente. É dor que desatina sem doer.”.

Se a chama se apaga, o ter que suportar o outro acaba sendo um martírio, uma tortura, a qual sempre é sofrimento para um, quando não para os dois, por algum tempo, pelo sentimento de pena ou mesmo pela esperança de que os bons momentos voltem e tudo retorne "a como era antes”. Engano. Muitas vezes há a maldade, e falta de caráter, em suportar o outro por pleno interesse em ter ou ser, em sentir-se algo ou alguém ao lado daquela pessoa.

Foi-se o romance e a paixão, o amor permanece como um sentimento básico, apesar de nobre, de respeito e consideração, muito aquém das expectativas do outro, que derrama intermináveis gotas de lamento e dor, lavas de ressentimentos. Fica a dúvida, a culpa e a frustração, desmoronam-se os castelos de areia e o simples sopro da brisa leva tudo ao chão, em um cataclismo de emoções.

Ainda há que se esquecer, é preciso passar um branco em tudo, para então se colorir novamente. Os risos e abraços, os beijos apaixonados, os desastres cotidianos, o carinho e o colo, o sexo, os momentos... Amores intensos não terminam em amizade, pois são erupções incontidas de felicidade, de tesão e de bem-estar. Algo que não se resgata, não se contém. O mais louco sentimento de prazer e de aflição, que nunca se prenderá em circunstâncias frias.

Assim, desprender-se de um grande amor, desapegar-se, inclui rasgar as fotos e jogar as pétalas de rosas espalhadas ao vento, mandar para o lixo todas as lembranças, boas ou ruins, mudar o trajeto, despistar os amigos em comum, apagar os endereços eletrônicos e números de telefone, extravasar na academia e nas artes marciais, permitir-se amar e ter atitudes, mas sem nunca perder a razão.

É importante lembrar, que aquilo tudo que existiu foi por sua causa, e só aconteceu porque você quis e se permitiu, para que pudesse aflorar os mais puros sentimentos a contentar o seu próprio eu. Quanto às lembranças, vão se apagando com o tempo e sendo substituídas por novas e adoráveis experiências, com pessoas ainda mais maravilhosas. E se algum dia vocês se reencontrarem, não serão mais as mesmas pessoas e talvez resgatem uma ou outra pequena lembrança, de algo importante que viveram.

Namastê!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Ensandecido - a fragilidade, a falsidade, a perda...


no abraço um punhal
no sorriso o engodo
no beijo o engano
na verdade a mentira

na amizade a ilusão
no desejo a ferida
no querer a pirraça
no colo a usura

na medida o erro
no lamento a peta
no carinho o logro
na palavra o vazio

na ausência a partida
na partida a dor
na dor o conforto
no conforto a paz

e o amor? vil, vão...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Genial!

Adoro críticas inteligentes, e o local de trabalho é frutífero para os diálogos, entendimentos e desentendimentos, sobre as relações, os processos e o próprio ambiente! Lá temos de tudo: o chefe, gênios, projetos de gênios e metidos a gênios, além de uma minoria humilde, que de alguma forma tornam as empresas digeríveis, do ponto de vista das relações e das vaidades. Sempre tem alguém querendo te convencer de algo, que normalmente será melhor para ele e não para você, e assim esperamos melhores oportunidades, enquanto trabalhamos muito.

Certa vez fui convidado para trabalhar em uma grande empresa da área de educação, por uma boa remuneração e um rol de benefícios interessantes, mas declinei. Quando o empresário, dono do negócio, me mostrou o quanto adorava e usava da tecnologia para controlar os seus empregados - enxergava tudo e, obviamente, se intrometia em tudo. Essa coisa de assuntos estratégicos é uma grande besteira, dizia ele. Não era empresário, mas sim patrão!

Várias empresas, privam a conectividade dos seus colaboradores e os isolam, pelo fato deles não fazerem bom uso das ferramentas, e dessa forma também se isolam. Uma justificativa esclarecedora e genial: melhor colaboradores alienados do que indisciplinados... Será?

Outro ponto a se pensar perpassa pelo choque de gerações, o que também é um grande complicador na difusão da tecnologia. Uma amiga, exageradamente teimosa, me disse que a própria mãe não entende o fato dela ficar em casa em horário de trabalho - ela trabalha remoto, conectada com a empresa via web. Se não conseguimos convencer nem a própria mãe, imagine o dono do negócio. Ensinar àquele antigo empresário (de cabeça e não de idade) a utilizar uma planilha simples de excel é um martírio, um sistema mais complexo então...

Certamente, a grande maioria das empresas não possui a mínima noção do quanto a tecnologia pode apoiar os processos produtivos, e essas empresas, assim como grande parte das pessoas, não estão preparadas para um mundo diferente. Empresários assim não irão construir nada, além do seu patrimônio pessoal.

Para nós, simples mortais, nos resta empreender em um negócio próprio, para tornar as nossas vidas mais agradáveis, pois ao menos institucionalizamos as nossas vontades e não as os outros, ou escolher uma empresa moderna, de visão e métodos objetivos, que vão além  do discurso. Quem sabe assim, conseguimos tornar a nossa vida corporativa menos entediante, mais produtiva e feliz!

Será que isso tudo faz sentido?


sexta-feira, 16 de abril de 2010

Que amor é esse!


na pintura da vida
gotas de ressentimentos
na imensidão cinza
da sua ausência

quarta-feira, 14 de abril de 2010

A morte da vida...

A morte é o cessar da vida, o ato de morrer, o fim. O momento em que deixamos para trás planos e desejos. “A morte é um sono sem sonhos”, como dizia Napoleão Bonaparte. Um rompimento, uma tragédia, uma despedida. Faz-nos refletir, refletir e refletir, retomarmos momentos íntimos, únicos: “A morte nos ensina a transitoriedade de todas as coisas”, segundo Leo Buscaglia.

Nos últimos tempos, três amigos foram vencidos pela doença e partiram. Deixaram saudades, e uma imensidão de boas lembranças. Continuam vivos e pulsantes na minha memória, e o tempo nunca haverá de suprimi-los, o que me faz reflexionar, sem culpas, sobre o quanto mais eu deveria estar presente na vida das pessoas, e, mesmo inundado pelas vidas delas, o quanto mais eu poderia estar feliz pela convivência harmoniosa. Quão iluminados cosmos, somos nós?

A morte não é somente o fim do plano da vida, mas também o deixar morrer. O quanto nos distanciamos, e enterramos as nossas relações, nossos planos, o quanto negligenciamos quem nos quer bem. O quanto desistimos, pelas nossas vaidades e inquietudes, o quanto trocamos pessoas, tais quais bijuterias velhas, por simples deslumbramentos, ou por não precisarmos mais delas, o quanto deixamos... Eis que um dia aquela chama se apagou, pois deixamos de cuidar!

A morte não é a antítese da vida, mas sua simples continuidade. Na morte perpetua-se a vida, e a chama se mantém acesa, com altivez, enquanto permitirmos nos permitir. Chegada a hora da morte, encontra-se a vida, do tamanho e na intensidade de tudo aquilo que sempre quisemos, fruto das nossas escolhas. Pode estar iluminada por um infinito céu de estrelas, ou esquecida em um quarto escuro; repleta de gargalhadas, ou no silêncio mórbido dos nossos próprios atos...

“Temam menos a morte e mais a vida insuficiente”
Bertold Brecht

Namastê!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

IVO, vamos sentir saudades..., seu puto!


Seu bandido,disciplinado, talentoso, amigo, engraçado. parceiro, querido, dôce, único!
Curitiba não será mais tão feliz sem você!
Que Deus ampare as nossas lágrimas e a nossa saudade, e continue a te iluminar...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Essas mulheres...


“Para mim nada é mais bonito do que olhar uma mulher caminhando. Vestida com um vestido ou saia, que se mexe ao ritmo de seu andar. Há aquelas que andam rapidamente numa direção..., talvez indo a um encontro. Há aquelas que passeiam com um ar divertido no rosto. Algumas são tão belas quando olhamos por trás... que retardo o momento de chegar até elas para não me decepcionar. Para falar a verdade, nunca me decepcionei. Porque se elas são tão belas de costas e feias de rosto..., me dão uma sensação de alívio..., porque infelizmente não há como ter todas.”

(Trecho genial de uma reflexão que extraí do filme "O Homem que Amava as Mulheres", de François Truffaut)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Amor incondicional

Incondicional é o amor, que tudo move e transforma, que a tudo instiga e ilumina, que tudo incendeia e eleva. Ama-se os animais e incondicional são as relações de pais e filhos, assim como outras relações afetivas. Nas verdades, atos e fatos que nos deixam crédulos, o que faz com que nos sintamos vivos e pulsantes. O amor é incondicional, pois é início, meio e fim, em si mesmo.

A dor de amar, incondicionalmente, doença da paixão e desequilíbrio velado, incitação ao coração fragilizado, talvez pelo excesso em doar-se. Um sentimento puro, frente as impurezas da vida, axioma no desencanto ou encanto, pela reciprocidade. Um mergulhar profundo em um universo único, particular. Uma experiência intensa, sincera e leal.

Ainda que se tenha dúvidas sobre o amor e a sua incondicionalidade, mergulhe-se no próprio eu, e ao açular os mais puros sentimentos, constate e se entregue àquilo que você mais quer, o quanto estiver disposto. Feche-se nas cavernas sombrias da alma, ou deixe a luz entrar, com seus raios cintilantes a aquecer os corações. Aí estará a incondicionalidade, nas suas escolhas..., e onde repousará, inquieto, o amor.

Namastê!

(Para a construção deste post, perguntei para 50 pessoas, amigos e amigas, sobre o amor e a sua incondicionalidade; pessoas que gentilmente participaram dessas minhas inquietudes e que me ajudaram a intensificar minhas reflexões, a quem agradeço de coração, incondicionalmente.)